Por João Barros

A bananeira é muito mais do que a maior planta herbácea conhecida. Planta típica de regiões tropicais úmidas, ela exemplifica como o aproveitamento integral de uma cultura pode trazer benefícios tanto para a agricultura familiar quanto para a promoção da sustentabilidade. No Distrito Federal, onde a banana se destaca como uma das principais frutas cultivadas, a Emater-DF tem incentivado os agricultores a explorar cada parte da planta, desde o fruto, o tronco e as folhas

Curiosamente, existem quase mil tipos diferentes de Musa, nome científico da banana, como chamamos no Brasil. Apesar da variedade de espécies, o nome popular da fruta não muda muito em outras partes do mundo. Em diversas línguas, como inglês, italiano e japonês, a fruta é chamada de “banana”. Já em francês e alemão, a grafia muda levemente para “banane”, enquanto na Holanda ela é conhecida como “banaan”.

As estatísticas são impressionantes: em 2020, o DF produziu quase 4 mil toneladas de bananas, consolidando essa fruta como uma opção viável em várias regiões rurais. Segundo Felipe Camargo, coordenador do Programa de Fruticultura da Emater-DF, “a facilidade de manejo da bananeira e a possibilidade de escolher boas variedades fazem dela uma cultura promissora.”

Mas o que torna a bananeira realmente especial é seu aproveitamento integral. A fruta é amplamente consumida, mas as folhas também são valiosas na culinária, utilizadas em pratos tradicionais, como os famosos embrulhos de peixes na culinária mineira. Além disso, as folhas grandes e flexíveis têm aplicações decorativas e podem ser empregadas na confecção de artesanato, contribuindo para a diversificação da renda das famílias rurais.

Os benefícios da bananeira vão além da alimentação humana. Na nutrição animal, por exemplo, as folhas e o caule são utilizados como ração, ajudando a controlar endoparasitas em aves e suínos.

Outro aspecto fascinante é o potencial artesanal da bananeira. O pseudocaule, que geralmente é descartado após a colheita, pode ser transformado em diversas peças artesanais. Mulheres do assentamento Pequeno Willian, por exemplo, estão aprimorando suas habilidades em artesanato com fibra de bananeira, gerando renda e promovendo a autonomia das produtoras.

Além disso, o tronco da bananeira pode ser utilizado como adubo, contribuindo para a fertilização do solo, promovendo a saúde do ecossistema agrícola. Com uma abordagem que prioriza o aproveitamento integral e a sustentabilidade, a Emater-DF tem demonstrado como a bananeira não só ajuda a combater o desperdício, mas também fomenta a segurança alimentar e a melhoria da qualidade de vida nas comunidades rurais. 

Portanto, ao falarmos da bananeira, estamos celebrando uma planta que é sinônimo de versatilidade e inovação. É um exemplo inspirador de como práticas agrícolas sustentáveis podem gerar impacto positivo na economia rural e na vida das pessoas. Que possamos continuar a explorar e valorizar tudo o que a natureza tem a oferecer, promovendo uma agricultura mais consciente e inclusiva.

Referência:

EMATER-DF. (2022). Planta multiuso: bananeira pode ser usada na alimentação, artesanato, remédio e até adubação. 

Disponível em: https://www.emater.df.gov.br/planta-multiuso-bananeira-pode-ser-usada-na-alimentacao-artesanato-remedio-e-ate-adubacao/. Acesso em: 07 de outubro de 2024.

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