Diretoria de Relações Institucionais e Parlamentares
Na Audiência Pública realizada hoje (18) pela Comissão Externa para Acompanhar a Investigação da Crise dos Yanomami da Câmara dos Deputados , a presidente da Funai, Joênia Wapichana, defendeu a continuidade das ações no território Yanomami para garantir a integridade da população e a retirada do garimpo ilegal. Nos últimos anos, a expansão do garimpo agravou a crise dos Yanomami, resultando em uma crise humanitária que gerou comoção nacional em janeiro do ano passado. Joênia destacou a necessidade de combater a fome e doenças , além de proporcionar segurança para os servidores que atuam na região.
Em 2022, 99 crianças Yanomami com menos de 5 anos morreram , principalmente por desnutrição, pneumonia e diarreia, segundo o Ministério dos Povos Indígenas. A Terra Yanomami, a maior reserva indígena do país, abrange mais de 9 milhões de hectares entre Roraima e Amazonas. Em resposta à crise, o governo decretou emergência de saúde pública em janeiro de 2023, e a Polícia Federal iniciou um inquérito para investigar possíveis crimes contra os Yanomami.
Apesar das ações emergenciais, a situação continuava crítica um ano após a declaração de emergência, com persistência de problemas de saúde e garimpo ilegal . Em janeiro deste ano, o governo criou uma estrutura permanente para coordenar as ações direcionadas aos indígenas, com um orçamento de R$ 1,2 bilhão previsto para 2024. Joênia enfatizou a importância de um esforço coletivo e integrado de vários órgãos do governo para enfrentar a crise humanitária.
Joênia também mencionou a necessidade de distribuição de cestas básicas e o desafio da contaminação por mercúrio nos rios e peixes, que afeta a segurança alimentar dos Yanomami. Ela destacou projetos de piscicultura e pesca artesanal como soluções . Além disso, os Yanomami buscam acesso a documentos, escolas e políticas públicas que respeitem sua organização e garantam suas condições constitucionais.
Assessoria Parlamentar – CONAFER