Durante Audiência Pública realizada ontem (19) pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu a importação de arroz . Ele justificou a medida devido às chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram severamente as lavouras, os estoques locais e a logística de distribuição. O estado é responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz, e a decisão do governo federal de facilitar a importação tem gerado questionamentos por parte de parlamentares.
Carlos Fávaro destacou que a tentativa de comprar 100 mil toneladas de arroz encontrou dificuldades logísticas no Rio Grande do Sul, resultando na aquisição de apenas 70 mil toneladas . Ele questionou se não houve um ataque especulativo e defendeu a necessidade de ter estoques suficientes para enfrentar situações de dificuldade e especulação. O ministro ressaltou que a medida não visa afrontar os produtores, mas sim conter o aumento dos preços do arroz , que subiram significativamente após a tragédia.
Em 2020 , diante de uma alta no preço do arroz, o governo Bolsonaro reduziu as tarifas de importação , permitindo a entrada de 400 mil toneladas no país, o que ajudou a estabilizar os preços. Seguindo essa lógica, o governo Lula anunciou a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz. No entanto, a compra de 263,3 mil toneladas foi cancelada recentemente porque as empresas vencedoras do leilão não comprovaram capacidade técnica, e um novo leilão será realizado com regras diferentes.
A medida enfrentou críticas de alguns parlamentares, como o deputado Marcos Pollon (PL-MS), que argumentou que a importação de 1 milhão de toneladas poderia desestimular os produtores do Rio Grande do Sul em um momento crítico. O deputado Afonso Hamm (PP-RS) também pediu mais apoio aos produtores locais e contestou a alegação de que o preço do arroz aumentou em 30%, afirmando que o aumento foi de 11% a 15%. Ele pediu fiscalização sobre possíveis especulações nos preços praticados nos supermercados.
Assessoria Parlamentar – CONAFER