da Redação

A partir de 1º de outubro, entra em vigor Instrução Normativa do Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa), para a produção integrada de pimenta-do-reino. A normativa foi publicada dia 9 de setembro no Diário Oficial da União (DOU), e abrange o conceito de Boas Práticas Agrícolas (BPA) para uma produção de alimento seguro, produtos com rastreabilidade e com os níveis de resíduos de defensivos agrícolas e contaminantes conforme o previsto na legislação sanitária, além de incentivar a sustentabilidade. O sistema de produção integrada é essencial para orientar os produtores rurais a plantarem de forma mais segura e eficaz, desde o cultivo até a colheita. Uma das orientações, por exemplo, é para o produtor tomar cuidado ao usar fontes orgânicas que podem ter níveis de metais pesados acima do permitido. Outra é quanto ao manejo e a cobertura do solo do pimental com os métodos manuais e mecânicos corretos para evitar contaminações com fungos e salmonela

Há séculos a história da pimenta-do-reino e o seu cultivo estão ligados às grandes navegações que percorreram o mundo em busca de especiarias. O comércio da pimenta era bastante ativo no subcontinente indiano, de onde era trazido por mercadores muçulmanos para o Ocidente, onde era distribuída por genoveses e venezianos.
Historicamente o seu valor chegava a ser tão alto que ela foi utilizada como moeda: conta-se que Alarico I, o Visigodo exigiu de Roma um resgate de ouro, prata e pimenta. A busca por essa especiaria, utilizada e valorizada desde tempos imemoriais, foi uma das principais causas da expansão – e apogeu – do império português no Oriente. Um quintal de grãos de pimenta (60 kg) chegou a valer, à época, 52 gramas de ouro.

Hoje, os seus grãos secos e moídos fazem parte da culinária mundial. O sabor forte, levemente picante, é proveniente de um composto químico chamado piperina. Para serem produzidas, as espigas são colhidas quando completamente desenvolvidas, debulhadas mecanicamente ou manualmente.

Há produtores que não costumam debulhar a pimenta. Neste caso, as espigas são colocadas para secar ao sol, e durante o processo de secagem as drupas secas vão se desprendendo do eixo da espiga. Durante o processo de revolver a pimenta para que a secagem fique uniforme, retiram, com um pequeno rodo de madeira, os eixos das espigas que estão misturados com o produto. A maioria da pimenta produzida é seca ao sol. Poucos produtores utilizam secadores a lenha ou a diesel.

Quanto à rentabilidade da cultura, podemos estimá-la utilizando a produtividade média do Brasil (2.230 kg por hectare) e o preço médio de R$ 6,00 por quilo de pimenta-do-reino preta seca, o que resultaria em valores brutos próximos a R$ 13.000,00 por hectare.

Os maiores importadores atuais da pimenta brasileira são os Estados Unidos, Holanda, Argentina, Alemanha, Espanha, México e França. Enquanto a Índia, maior produtor mundial de pimenta-do-reino consome 50% do total produzido, o Brasil consome apenas 12% na forma de grãos inteiros, grãos moídos, em misturas com outros condimentos principalmente cominho, patês, molhos, maionese e embutidos (salame, salsicha, mortadela, presunto).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geográfica e Estática (IBGE), em 2019, o Brasil produziu cerca de 109 mil toneladas de pimenta-do-reino. Desse total, 62 mil toneladas vieram do Espírito Santo, o maior produtor nacional. Em segundo lugar, está o Pará, com 35 mil toneladas.

Leia aqui a Instrução Normativa nº 12

Com informações do Mapa e Wikipedia.

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