da Redação
21 de março é a data dedicada ao Dia Internacional das Florestas e da Árvore. Neste dia, a CONAFER reforça o seu compromisso de estimular as práticas de produção agroflorestais, que restaurem e aumentem os espaços de florestas, recuperando plantas e árvores, principalmente das espécies em extinção, equilibrando os ciclos de renovação de nutrientes. Por meio de Sistemas Agroflorestais (SAFs), concilia-se a produção de alimentos com a gestão dos riquezas naturais para proteção ao meio ambiente, com melhor aproveitamento e uso consciente dos recursos, promovendo o desenvolvimento sustentável das regiões produtivas. A prática agroflorestal associa culturas agrícolas com espécies arbóreas de diferentes estratos. Estes arranjos produtivos são mais compatíveis com a conservação do ambiente natural, favorecem o impacto positivo dos alimentos sobre o solo, reduzem as perdas de água, contribuem no controle de pragas e doenças, promovem a biodiversidade e os avanços da biotecnologia para que os agrofamiliares produzam um desenvolvimento socioeconômico e ambiental sustentáveis
As florestas são essenciais à existência de vida na terra. Estes imensos organismos são responsáveis pela maior parte da água doce disponível para o consumo dos seres vivos, pela qualidade do ar que respiramos e por proporcionar as condições necessárias à produção de alimentos. Para além de sua relevância biológica, o bioma florestal também é significativo para a economia do país, o que faz deste ecossistema uma fonte de renda e subsistência para milhões de famílias, como os extrativistas da Amazônia, por exemplo.
Um exemplo de produção agroflorestal, encontra-se na pecuária familiar. A CONAFER, por meio do seu programa +Pecuária Brasil, incentiva os pequenos produtores rurais a implementarem estratégias de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). Estes programas possuem como diferencial o uso da agroecologia como forma de produção e alternativa segura para diminuir os custos da propriedade.
Engajada na luta pela preservação das florestas, a Confederação dispõe aos seus associados projetos de iLPF como o ERA, o Replantar e o +Pecuária Brasil, que também podem ser utilizados em arranjos produtivos florestais, dentro de uma mesma área, a serem implantados conforme os objetivos do produtor. Estes projetos são flexíveis e sensíveis às necessidades do agricultor, podendo ser alterados por meio da introdução de outros componentes ao longo do tempo, tendo como prioridade a produção de alimentos ou outros produtos de valor econômico.
O SAF vem se destacando na agricultura familiar como uma das soluções tecnológicas para fazer o aproveitamento das áreas de floresta por meio do manejo direcionado, com plantios de enriquecimento e a introdução de novas espécies de valor econômico, visando a formação de um sistema diversificado de produção. Este sistema permite o consórcio de diversos cultivos agrícolas, como as arbóreas de estrato de folhagens alto, médio e baixo, plantados junto a outras espécies nativas, e é utilizado na restauração de florestas, recuperação das áreas degradadas e, até mesmo, no desenvolvimento de uma nova cultura.
No Distrito Federal, engenheiro agrônomo dá exemplo bem-sucedido na produção de sistema agroflorestal
O engenheiro agrônomo e parceiro da CONAFER, Alexandre Pinheiro, trabalha com sistema agroflorestal desde 2014, e tem atuado como consultor para propriedades de pequenos e médios produtores na região de Brasília e Chapada dos Veadeiros, desenvolvendo projetos de assistência técnica para implementação do SAF. Este sistema tem como principal objetivo cultivar o solo, deixando-o cada vez mais fértil e realizando pequenas intervenções quando necessário, como as podas para controle de luminosidade, compostagem natural, e adubação verde.
Para Alexandre Pinheiro, “os SAFS são uma das opções para o enfrentamento das questões relacionadas à segurança alimentar no país, pois permite uma produção diversificada de alimentos, ao contrário de sistemas tradicionais baseados na monocultura, como a do milho, por exemplo”. Hoje, um sistema agroflorestal pode produzir até 10 toneladas anuais de alimentos por hectare, a depender das condições de manejo dos cultivares, como o tipo de cultura, o solo e o clima, além de manterem estável a produtividade agrícola ao longo do tempo, ao promoverem a recuperação dos solos utilizados.
O engenheiro agrônomo Alexandre Pinheiro destaca, também, a importância dos SAFs para o campo social, por meio da geração de mais empregos no campo, devido a sua versatilidade, pois permitem ser implantados em qualquer ambiente, bastando, para isso, entender os princípios e conceitos aplicados à técnica. De acordo com ele, “a agricultura orgânica regenerativa traz de volta a presença do homem para o campo, pois este trabalho dificilmente será desempenhado por máquinas, ainda que elas venham a ser desenvolvidas futuramente, garantindo a permanência destes agricultores nas propriedades rurais”.
Segundo Alexandre Pinheiro, “é possível implementar um sistema agroflorestal em qualquer lugar do mundo, até mesmo no deserto, desde haja conhecimento sobre quais são os recursos envolvidos neste processo, como é a vegetação do local e quais são as espécies endêmicas do ambiente. A compreensão destes fatores é determinante para estabelecer o método com o qual o solo será trabalhado, realizando a sua cobertura vegetal com material orgânico, de modo a proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento de outras espécies”, explica o engenheiro agrônomo.
Mais informações sobre os Sistemas Agroflorestais e Programas da CONAFER podem ser obtidas pelo telefone: (61) 3548-4360.