FONTE: NSC Total
Doença pode ser transmitida pelo contato com a saliva dos animais infectados
A Secretaria de Agricultura e Pesca de Santa Catarina confirmou, nesta sexta-feira (31), a existência de 27 casos de raiva bovina em animais que viviam em 11 cidades do Estado. A doença, que não tem cura, pode atingir mamíferos de qualquer espécie, incluindo seres humanos, e leva à morte. Por esse motivo, moradores desses municípios devem ficar atentos aos sintomas e às formas de evitar o contágio.
Conforme a secretaria, os casos aconteceram em Garopaba, Gravatal, Braço do Norte, Urussanga, Imaruí, Campos Novos, Rio Fortuna, Pedras Grandes, Biguaçu, Tijucas e Gaspar.
De acordo com o responsável Programa de Controle da Raiva da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Fábio de Carvalho Ferreira, a suspeita é de que os animais tenham sido infectados por morcegos hematófagos, comuns em áreas rurais.
— Eles são diferentes desses morcegos que se vê em áreas urbanas, que vivem em telhados e outros lugares. Esses moram em cavernas e locais escuros — explica.
Esses morcegos transmitem a doença por meio de mordidas, já que eles precisam do sangue de outros animais para se alimentar. Já as outras espécies infectadas podem repassar a raiva pela saliva.
— O problema dos bovinos para o produtor é que quando ele vê o animal doente, caído no chão, acaba colocando a mão na boca, para ver o que é. Se tiver algum pequeno ferimento na mão, acaba se contaminando — diz Ferreira.
Vacinação
Apesar de Santa Catarina ter praticamente erradicado a chamada raiva urbana, ainda há casos pontuais do vírus em áreas rurais. Nos municípios de Canelinha, Biguaçu, Tijucas, São João Batista, Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, e nos locais de focos da doença, a vacinação de bovinos é obrigatória.
Nessas cidades, os donos dos animais precisam guardar as notas fiscais de compra da vacina ou o atestado de vacinação emitido por médicos da Cidasc. Esses documentos podem ser solicitados, caso haja alguma visita de fiscalização nas propriedades.
Raiva humana
No início do mês de maio, uma mulher, moradora de Gravatal, morreu com raiva, depois de ter sido mordida por um gato. O caso provocou uma campanha de vacinação em animais domésticos que viviam em um raio de cinco quilômetros da casa dela.
Embora a investigação do caso tenha apontado que o gato foi mordido por um morcego, e que também houve um caso de raiva bovina na cidade, Ferreira explica que não há como associar as duas situações imediatamente. Isso porque os morcegos são vetores naturais da doença e não é possível saber onde o animal que atacou o felino adquiriu o vírus, já que ele também é encontrado em outros bichos silvestres.
Prevenção
Como a raiva não tem cura, a melhor forma de se prevenir é garantindo a vacinação dos animais. Observar a aparição de sintomas como mudança de comportamento, paralisia e salivação intensa é importante. Nesses casos, a orientação é buscar atendimento veterinário urgente.
Animais com marcas de mordedura de morcegos também devem ser avaliados por um veterinário, mesmo que sejam vacinados e não apresentem os sintomas da doença.
Quem encontrar algum morcego morto ou caído deve evitar o contato com o animal, mesmo nas áreas urbanas. Nessas situações, a orientação é pedir auxílio para que um especialista possa recolher o animal e dar a destinação correta.
Caso alguém seja mordido ou tenha contato com secreções de animais infectados, a orientação é buscar atendimento médico urgente, seja em um hospital ou posto de saúde.