O boletim Prohort traz sempre um balanço dos preços do mercado hortifruti nacional. Sua divulgação é sempre uma amostra dos maiores e menores volumes de safra, e como eles influenciam nos valores finais dos produtos no mercado atacadista. Pelos dados do 2º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta quinta-feira, 16 de janeiro, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), um volume grande de produção vai baratear alguns produtos importantes na mesa dos brasileiros, como a cebola e o tomate. Nas frutas, a banana apresentou queda de preços também. No contraponto das boas notícias, outras hortaliças, como batata e cenoura, apresentaram alta nas cotações por queda de safra causada por excesso hídrico
Alguns dos ingredientes mais importantes da nossa culinária, como a cebola e o tomate, ficaram mais baratos nas Ceasas brasileiras no último mês. De acordo com o estudo publicado pelo boletim Prohort, o preço da cebola teve uma diminuição de pelo menos -20% em todas as Ceasas analisadas. Os preços em janeiro apresentaram nova queda, desta vez bem mais expressiva, de -35,13% em relação à média de dezembro de 2022.
Pelo estudo publicado no boletim Prohort, o preço da cebola teve uma diminuição de pelo
menos -20% em todas as Ceasas analisadas
O motivo da baixa nas cotações foi a entrada no mercado em maiores volumes da cebola do Sul do país, especialmente de Santa Catarina. Em janeiro, os envios às Ceasas a partir desse estado aumentaram cerca de 25%. O tomate também seguiu a tendência de queda em janeiro. Após um período de alta, os preços voltaram a cair em termos de média, -6,26% em relação a dezembro de 2022. Porém, diferente da cebola, o movimento não foi unânime, sendo mais significativo no mercado atacadista da Ceagesp/SP. Fator relevante foi a maior oferta de tomate a partir de São Paulo, atingindo um aumento de quase 40% em relação a dezembro de 2022. Isto explica a queda acentuada do preço, tanto no mercado da capital como em Campinas/SP. A safra de verão intensificou-se com a perspectiva de manter seus volumes nos mercados em fevereiro.
O tomate também seguiu a tendência de queda em janeiro. Após um período de alta, os preços voltaram a cair
em termos de média, -6,26% em relação a dezembro de 2022
Outras hortaliças, como batata e cenoura, apresentaram alta nas cotações. No caso da batata, essa tendência vem ocorrendo desde setembro/22, e em janeiro deste ano os preços chegaram a aumentar 2,29% na média ponderada, comparado ao mês anterior. No entanto, o movimento não foi uniforme entre os mercados atacadistas. O Boletim Prohort destaca que, neste caso, o abastecimento é realizado atualmente pelo produto proveniente da safra das águas, e o excesso de chuvas, em janeiro, influenciou na redução da oferta do produto, pressionando os preços. Já a cenoura, que passou por um período de alta de preços, seguido por uma queda abrupta e depois pela estabilidade em baixos níveis no decorrer de 2022, em janeiro voltou a ter alta nos preços. A média ponderada do mês aumentou 41,52% em relação à média de dezembro. Em todas as Ceasas analisadas pela Conab, a movimentação total de cenoura caiu quase 10%, com a diminuição dos envios a partir de Minas Gerais e São Paulo, principais estados ofertantes.
Frutas – No mês de janeiro, dentre as frutas analisadas, a banana foi a que teve movimento de queda mais acentuado, considerando a média ponderada das cotações.
A redução foi maior na Ceasa de Curitiba/PR e Rio Branco/AC, com baixas de -20,19% e -14,52%, e preços de R$ 2,40 e R$ 1,99 o quilo, respectivamente. No entanto, o Boletim Prohort aponta que a diminuição ocorreu graças à variedade da banana nanica, com boa oferta e produtos de qualidade, uma vez que a banana prata teve oscilações nos preços e na quantidade ofertada.
Outras frutas como laranja, maçã, mamão e melancia apresentaram tendência de alta nos preços em quase todas as Ceasas do país. Em termos percentuais, a elevação foi mais expressiva para a melancia, com alta nas cotações e diminuição da oferta. O Rio Grande do Sul foi o principal estado produtor desta cultura no período considerado, mesmo com a estiagem que comprometeu parte da produção. Na Bahia, a segunda parte da safra atrasou devido às chuvas, e o plantio da safrinha em São Paulo também não começou, o que contribuiu para as elevações de preço no último mês.
A laranja teve variações pequenas e moderadas das cotações, oferta controlada devido à procura industrial, além da demanda no varejo em alta e oferta em queda na segunda quinzena do mês. A maçã continua com preços elevados e a comercialização diminuiu por conta da finalização dos estoques de gala e fuji. Para o mamão, a média ponderada subiu 9,64%, pois embora a oferta da variedade formosa tenha aumentado, a colheita do papaya foi menor devido às chuvas.
A maçã continua com preços elevados e a comercialização diminuiu por conta da finalização dos estoques de gala e fuji
Opções mais baratas – Para quem procura alternativas mais em conta, o Boletim Prohort também indica alguns produtos que tiveram queda nos preços em janeiro. Dentre as hortaliças comercializadas na Ceagesp/SP, por exemplo, destacaram-se na redução da média de preços o pimentão (-35%), a vagem (-24%), o gengibre (-15%) e a moranga (-12%). Já em relação às frutas comercializadas nesse entreposto, comparando-se os mesmos períodos, tiveram redução nas cotações a lichia (-51%), o abacate (-46%), o caqui (-41%), a jabuticaba (-41%), o limão (-38%) e o mangostim (-34%).
Os dados estatísticos do Boletim Prohort da Conab são levantados em doze Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Vitória/ES, Campinas/SP, Curitiba/PR, São José/SC, Goiânia/GO, Recife/PE, Fortaleza/CE, Rio Branco/AC e Brasília/DF. As análises completas podem ser acessadas no 2º Boletim Hortigranjeiro Fevereiro 2023, com detalhes da comercialização dos hortifrutis e também informações sobre as exportações das frutas brasileiras.
Matéria reproduzida do site da Conab.
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