No último dia 6 de março, no primeiro episódio do podcast Reconversa, do jornalista Reinaldo Azevedo, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, falou das pautas ambientais, da sua militância socioambiental e também sobre os entendimentos com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, para fazer do Plano Safra 23/24, a base do plano da agricultura de baixo carbono. Outra revelação importante é sobre os valores do maior plano de financiamento do próximo Plano Safra, que deve ser de 400 bilhões de reais. Lembramos que dos 340 bilhões do plano anterior 22/23, faltaram quase 40 bilhões de recursos, com o seu esgotamento em outubro do ano passado, o que fez o BNDES congelar o Pronaf. Nesta quarta-feira, Fávaro se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para providenciar os recursos junto ao Tesouro Nacional e equalizar parte do último Plano Safra, cujos recursos ficaram represados desde o ano passado
Para voltarem recursos de Pronaf paralisados, a proposta é uma liberação de R$ 1 bilhão, com uma equalização que atinja aproximadamente R$ 30 bilhões em financiamentos. O montante representa cerca de R$ 17 bilhões em investimentos para pequenos, médios e grandes produtores e outros R$ 13 bilhões destinados ao pré-custeio e custeio para pequenos e médios produtores, efetivando programas como o Moderfrota, por exemplo. Tudo como medida para os agricultores não ficarem sem crédito até a liberação dos recursos do próximo Plano Safra.
A ministra Marina Silva na entrevista com Reinaldo Azevedo, no Reconversa, falou dos entendimentos com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, para fazer do Plano Safra 23/24, a base do plano da agricultura de baixo carbono
As informações da ministra Marina Silva são um alento para o segmento agrofamiliar, sem novos recursos há quase 5 meses. Ao mesmo tempo, a notícia de crédito para os produtores que atuam na economia verde, com a redução das emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE), é muito bem-vinda. Lembramos que existe, desde 2010, o Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, o Plano ABC, que tem por finalidade a organização e o planejamento das ações a serem realizadas para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis, selecionadas com o objetivo de responder aos compromissos de redução de emissão de GEE no setor agropecuário assumidos pelo país.
A ideia de uma carteira de crédito voltada à agricultura de baixo carbono, vai de encontro com o Plano ABC, que deve ser entendido como o instrumento de integração das ações dos governos (federal, estadual e municipal), do setor produtivo e da sociedade civil, para a redução das emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) provenientes as atividades agrícolas e de pecuária.
Recuperação de Pastagens Degradadas faz parte do Plano ABC para redução das emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) provenientes das atividades agrícolas e de pecuária
O Plano ABC é composto por 7 programas, sendo 6 deles referentes às tecnologias de mitigação, e ainda um último programa com ações de adaptação às mudanças climáticas:
• Programa 1: Recuperação de Pastagens Degradadas;
• Programa 2: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs);
• Programa 3: Sistema Plantio Direto (SPD);
• Programa 4: Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN);
• Programa 5: Florestas Plantadas;
• Programa 6: Tratamento de Dejetos Animais;
• Programa 7: Adaptação às Mudanças Climáticas.
Durante a entrevista, a ministra falou da preocupação de agir preventivamente como forma de combater as mudanças climáticas. Assim, vemos como a agricultura é hoje não apenas agente de desenvolvimento econômico, mas principalmente, uma atividade fundamental para se atingir patamares elevados de controle e proteção do meio ambiente.