O Conselho Monetário Nacional (CMN), responsável pela fixação dos valores, aprovou os reajustes para os preços mínimos da laranja in natura e cafés arábica e conilon para a safra 2023/2024. As duas culturas fazem parte das lavouras permanentes, nicho onde os agrofamiliares respondem por 40% da produção nacional. A cafeicultura familiar é responsável por 30 a 35 % da produção de café do país e emprega em torno de 1,8 milhão de pessoas por ano, a área colhida corresponde a 44% da área colhida com café no Brasil. Já a laranja colhida nas pequenas propriedades, ajuda o Brasil a manter a liderança mundial na produção de laranja e do suco
Em sua definição, a “Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) é uma importante ferramenta para diminuir oscilações na renda dos produtores rurais e assegurar uma remuneração mínima, atuando como balizadora da oferta de alimentos, incentivando ou desestimulando a produção e garantindo a regularidade do abastecimento nacional”. Por isso, o CMN, órgão responsável por fixar e balizar estes valores de reajuste para preços mínimos decidiu regionalizar os preços mínimos da laranja.
Os preços mínimos aprovados foram baseados nos custos de produção calculados pela Conab, com acréscimo de 10% sobre o custo para o Rio Grande do Sul e, 8,75% para os demais estados
No caso do grão, o café arábica teve aumento de 12,77%, saindo de R$ 606,66/saca de 60 kg para R$ 684,16/saca de 60 kg. O tipo de café é do tipo 6, bebida dura para melhor, com até 86 defeitos, peneira 13 acima, admitido até 10% de vazamento e teor de umidade de até 12,5% Já o café conilon, tipo 7, com até 150 defeitos, peneira 13 acima e teor de umidade de até 12,5%, teve reajuste de 5,8%, de R$ 434,82/saca de 60 kg para R$ 460,02.
Maior produtor da bebida mais consumida no mundo, o Brasil encontra na produção agrofamiliar quase metade dos grãos que chegam no mercado
Em relação à regionalização dos preços da laranja, o destaque é o Rio Grande do Sul. Esta medida foi tomada em virtude do diferencial do sistema de produção do estado gaúcho. Os preços mínimos aprovados foram baseados nos custos de produção calculados pela Conab, com acréscimo de 10% sobre o custo para o Rio Grande do Sul e, 8,75% para os demais estados. Os preços aprovados são de R$ 20,53/40,8 kg para o Rio Grande do Sul e de R$ 22,72/40,8 kg para as demais localidades. Os novos valores passam a vigorar a partir de julho deste ano até junho de 2024.
Café tem grande produção na agricultura familiar
A cafeicultura familiar produzindo mais de 30% do café brasileiro, emprega algo próximo de 1,8 milhão de pessoas por ano, com área colhida correspondente a 44% da área colhida com café no Brasil. O café continua sendo um importante gerador de divisas (US$ 2 bilhões anuais, ou 26 milhões de sacas exportadas ao ano), contribuindo com mais de 2% do valor total das exportações brasileiras, e respondendo por mais de um terço da produção mundial.
A cafeicultura familiar produzindo mais de 30% do café brasileiro, emprega algo próximo de 1,8 milhão de pessoas por ano Brasil tem liderança mundial na produção de laranja e suco de laranja
Relatório sobre a citricultura mundial, divulgado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), mostra que o Brasil tem a liderança mundial na produção de laranja e suco de laranja, enquanto a China domina na produção de tangerinas e toranjas e o México continua sendo o principal produtor de limões e limas.
A agricultura familiar contribui muito com a indústria de suco, em que grande parte da matéria-prima vem das pequenas propriedades
A produção mundial de laranja para a safra de 2021/22 está estimada em 1,2 bilhões de caixas de 40,8 kg, um aumento de 44,1 milhões de caixas de 40,8 kg em relação ao ano anterior. O clima favorável no Brasil e na Turquia levou a colheitas maiores, compensando a produção do Egito, União Europeia (UE) e Estados Unidos, que foram menores nesse período. Já a produção de suco de laranja está prevista para ser 12% maior, subindo para 1,6 milhões de toneladas. Os principais produtores de suco de laranja são Brasil (1,1 milhões de toneladas), Estados Unidos (190.000 toneladas), México (170.000 toneladas), União Europeia (62.000 toneladas) e África do Sul (28.000 toneladas).
Com informações do Ministério da Agricultura e Pecuaria.