Celeiro do mundo, o Brasil bate recordes de produção no campo a cada nova safra. E não será diferente para a colheita 2022/23. Com mais de 317 milhões de toneladas, o crescimento é de 16,5% ou 44,9 milhões de toneladas acima da safra 2021/22, consolidando as previsões anteriores como a maior já produzida no país. Os dados constam no 10º levantamento de grãos, divulgado no dia 13 de julho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2023 estimado em janeiro em R$ 1.265,2 trilhão, a perspectiva já era de recordes de safras. As lavouras de milho e soja são as que mais devem contribuir para o crescimento. O VBP para este ano é o melhor resultado obtido nos últimos 34 anos para o indicador

De acordo com a estimativa, esse resultado também é 0,6% superior ao divulgado em junho, decorrente, principalmente, do melhor desempenho das lavouras de milho segunda safra observado em campo neste último mês, e do crescimento da área semeada com o trigo, aliado às boas condições climáticas que vêm ocorrendo. “O ajuste reforça a safra recorde brasileira”, ressalta o presidente da Conab, Edegar Pretto. “A agricultura brasileira vem demonstrando sua força e potencial para alcançar números cada vez mais elevados, com investimentos constantes que permitem aumentos de produtividade”.

Para o milho, a previsão é de 127,8 milhões de toneladas, chegando a 14,6 milhões de toneladas acima da cultivada na safra anterior

De acordo com o boletim, a soja deverá atingir uma produção recorde, estimada em 154,6 milhões de toneladas, 23,1% ou 29 milhões de toneladas acima da ocorrida no ciclo passado. Já para o milho, a previsão é de 127,8 milhões de toneladas, incluindo as três safras, chegando a 12,9% ou 14,6 milhões de toneladas acima da cultivada em 2021/22. “Observamos um avanço mais lento na área colhida do milho segunda safra, que já era esperado, devido ao atraso no plantio e colheita da soja em diversas regiões, e à diminuição das temperaturas durante a maturação dos grãos”, explica o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos. “Mesmo assim, o cenário continua extremamente positivo para a produção do cereal”.

Outras culturas, como o algodão, feijão e sorgo, seguiram o movimento de alta e apresentaram percentuais de aumento na produção. Já o arroz e alguns cultivos de inverno, como aveia, centeio e trigo, apontam para redução no volume produzido, em comparação com a safra anterior. Com relação à área, esse levantamento aponta ainda uma estimativa de 78,2 milhões de hectares, 4,9% ou 3,7 milhões de hectares superior à semeada em 2021/22. Os maiores incrementos são observados na soja, com 2,6 milhões de hectares (6,2%), no milho, com 576 mil hectares (2,7%), e no trigo, com 343,4 mil hectares (11,1%).

O levantamento aponta ainda uma estimativa de 78,2 milhões de hectares, 4,9% ou 3,7 milhões de hectares superior à semeada em 2021/22

Mercado 

O aumento da produção brasileira, alinhada à maior demanda internacional, deve elevar o volume de exportações de milho em 2023. Com a projeção de demanda externa aquecida, estima-se que 48 milhões de toneladas do cereal sairão do país. Para o estoque interno também há previsão de aumento de 27,6% ao fim deste ano-safra, chegando a 10,3 milhões de toneladas. Com relação à soja, o boletim aponta que as exportações continuam estimadas em 95,64 milhões de toneladas, um aumento percentual de 21,5% comparada à safra anterior. Neste levantamento, a Conab ajustou os números de esmagamentos da oleaginosa, de 52,29 milhões de toneladas para 52,82 milhões de toneladas, em decorrência do aumento na produção de biodiesel. Assim, os estoques finais antes estimados em 7,51 milhões de toneladas, passaram para 7,43 milhões de toneladas.

Clique aqui e acesse os arquivos com informações do 10º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023:

https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos/boletim-da-safra-de-graos

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