da Redação
O Tribunal Regional do Trabalho do Paraná determinou ontem, 19/02, a suspensão temporária das demissões na Fafen até 06 de março, data prevista para a próxima audiência de conciliação.
A decisão foi da desembargadora Rosalie Michaele Bacila. Há dezoito dias de greve, o movimento que iniciou em Araucária, na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR), hoje alcança 121 unidades pelo país com cerca de 20 mil trabalhadores.
Em nota a FUP (Federação Única dos Petroleiros), que conta com 13 sindicatos filiados e coordena o movimento, considerou a decisão como vitória parcial para as negociações.
A Fafen é a única fábrica de fertilizantes em funcionamento na Petrobras hoje, o que torna seu papel central dentro do sistema Petrobras, crucial para a manutenção da segurança energética do país.
Durante a segunda audiência de conciliação nesta terça-feira, conversamos com Anelise representante do Sindipetro, que denunciou a intenção de privatização por parte do governo:
“O que estamos vivendo é um descomprimento do Acordo Coletivo de Trabalho de um modo geral e especialmente sobre a cláusula da não demissão em massa, com a demissão de mil trabalhadores. Ao mesmo tempo estamos vivenciando um desmonte de toda a Petrobras, de várias unidades, causando precarização e desemprego com a intenção de privatizá-las.”
A Repar, uma unidade de refino nas proximidades da Fafen, integra o pacote de privatizações do governo federal.
“Os trabalhadores estão disponíveis para garantir a continuidade dos produtos essenciais, tendo como nossa pauta inclusive o aumento da produção, porque a empresa está baixando unilateralmente a produção para demonstrar um possível prejuízo financeiro, que não existe. Estão construindo isso para justificar a privatização.”
Nas próximas semanas estão previstas assembleias entre as categorias que compõem o movimento para avaliar os próximos passos após decisão da Justiça.
A Confederação da Agricultura Familiar