Por Fernanda Rettore
À medida que nos aproximamos da vigésima oitava Conferência das Partes (COP28), as expectativas que cercam este evento transcendem as fronteiras nacionais e se concretizam como uma oportunidade para a comunidade global enfrentar os desafios ambientais. No entanto, antes de debatermos o futuro, vamos refletir sobre a trajetória que nos trouxe até aqui.
O ponto inicial deste percurso remonta à Cúpula da Terra, também conhecida como Rio-92 ou ECO-92, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Essa iniciativa teve como propósito abordar questões ambientais e integrar o desenvolvimento econômico à preservação ambiental. A conscientização mundial acerca das mudanças climáticas ganhou impulso a partir desse marco, culminando na criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima (UNFCCC) no mesmo ano. A UNFCCC estabeleceu a estrutura para as subsequentes Conferências das Partes (COPs), onde líderes mundiais se reúnem para discutir e negociar ações globais em resposta às mudanças climáticas.
Ao longo das distintas edições das Conferências das Partes, decisões importantes foram tomadas para controlar as complexas alterações ambientais. Entre essas medidas, destaca-se o histórico Protocolo de Kyoto, promulgado em 1997, que representou um divisor de águas ao estabelecer metas concretas de redução de emissões de gases para os países desenvolvidos. Tais objetivos, desenhados para combater o crescimento da poluição que agrava o efeito estufa, simbolizaram um comprometimento tangível com a responsabilidade ambiental por parte das nações mais industrializadas.
Outro grande marco aconteceu em 2015, com a ratificação do Acordo de Paris. Este tratado firmou o compromisso internacional na busca por limitar o aumento da temperatura global a um máximo de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Ao estabelecer essa meta ambiciosa, o Acordo de Paris reconheceu a urgência de conter os impactos devastadores que poderiam resultar de um aquecimento mais substancial. Além disso, o pacto reflete uma ação coletiva em direção às práticas sustentáveis, enfatizando a necessidade de imediatez para preservar a estabilidade climática do planeta.
Tanto o Protocolo de Kyoto quanto o Acordo de Paris, ilustram a evolução das discussões climáticas nas COPs e reforçam a importância da união de todas as nações na busca por soluções sustentáveis. Entretanto, embora as COPs anteriores tenham resultado em compromissos notáveis, a implementação efetiva dessas ações tem se revelado desafiadora. Atuais evidências científicas revelam uma crescente incidência de eventos climáticos extremos, e é nesse cenário de urgência que a COP28, agendada para ocorrer entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, acontecerá.
O sucesso da próxima Conferência repousa nas mãos dos líderes mundiais, que inquestionavelmente, estão sob maior pressão nesse evento de 2023 do que estiveram nos anos anteriores. A população mundial cobra que as nações desenvolvidas liderem pelo exemplo, deixando de lado interesses nacionais em prol do bem global, ao adotarem compromissos significativos com as reduções de emissões gasosas e oferecerem apoio aos países em desenvolvimento.
Em parceria com a Sthorm, especialistas em tecnologias para biodiversidade global, a Conafer estará presente na vigésima oitava Conferência das Partes (COP28), posicionando-se como uma voz proativa na defesa das questões ambientais. Ao participar desse fórum global, visamos desempenhar um papel determinante na formulação de metas ambiciosas e mensuráveis que transcendam meros compromissos retóricos. Além disso, a organização busca garantir um financiamento climático adequado, impulsionar a promoção da inovação e transferência de tecnologia, comprometer-se com a justiça climática e garantir que as ações tomadas considerem as diversas realidades e impactos sobre as comunidades brasileiras, especialmente as sociedades indígenas.
Dessa forma, nutrimos esperança de que as iniciativas da Conafer e dos outros participantes resultem em ações concretas, que pavimentarão o caminho para um futuro sustentável. A organização reconhece que a transformação real requer esforços colaborativos e uma abordagem que leve em consideração a interligação das questões climáticas e sociais. Ao desempenhar esse papel ativo na COP28, a Conafer busca representar as preocupações do Brasil, mas também contribuir significativamente para a construção de um cenário global ecoeficiente.
FONTE:
https://unfccc.int/process-and-meetings/what-are-united-nations-climate-change-conferences