As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCS) estão ganhando espaço tanto nas cozinhas de chefs renomados quanto nos campos da agricultura familiar brasileira. Muitas vezes rotuladas como “ervas daninhas” ou negligenciadas, essas plantas emergem como fontes valiosas de diversificação de cultivos e impulsionadoras de renda para pequenos produtores.
São um verdadeiro tesouro escondido na diversidade de cultivos no Brasil, incluindo plantas como a ora-pro-nóbis, bertalha, caruru, taioba, entre outras. A crescente demanda nos mercados gourmet e conscientes está impulsionando seu valor comercial. Chefs renomados têm destacado essas plantas em seus cardápios, aumentando a procura por produtos frescos e de qualidade.
Entre as principais PANCs cultivadas no Brasil:
Ora-pro-nóbis: Rica em proteínas, vitaminas A e C, cálcio e ferro, essa planta trepadeira tem ganhado espaço na culinária em pratos como refogados, sopas e saladas.
Bertalha: Esta planta de folhas verdes e suculentas oferece um sabor suave e é uma excelente fonte de nutrientes como ferro, cálcio e vitaminas do complexo B. É utilizada em refogados, omeletes e pode ser consumida tanto crua quanto cozida.
Caruru: Rico em antioxidantes e vitaminas, o caruru é uma planta bastante versátil na cozinha brasileira, sendo um ingrediente tradicional do vatapá e de outras receitas nordestinas.
Taioba: Com alto teor de ferro e fibras, a taioba é empregada em diversas receitas, desde refogados até suflês, e é valorizada por sua versatilidade na cozinha.
Para os agricultores familiares, o cultivo de PANCS representa uma oportunidade promissora. Adaptam-se a diferentes condições climáticas e solos, exigindo menos insumos e sendo menos suscetíveis a pragas, o que pode reduzir custos de produção e aumentar a sustentabilidade.
A diversificação de cultivos através das PANCS traz uma fonte adicional de renda, aumentando a resiliência financeira das propriedades agrícolas familiares.
Apesar do crescente interesse, ainda há desafios a serem enfrentados para consolidar o mercado das PANCS, como a falta de regulamentação, informações técnicas e logística de comercialização. Iniciativas para promover o conhecimento sobre o cultivo, manejo e valor nutricional dessas plantas são essenciais.
Incentivar parcerias entre pequenos produtores, restaurantes, mercados locais e programas de agricultura familiar é crucial para fortalecer essa cadeia produtiva.
Além do valor comercial, esses alimentos contribuem para a preservação da biodiversidade de cultivos e promovem a segurança alimentar, oferecendo opções nutricionais diversas e adaptáveis a diferentes condições climáticas. Valorizar essas práticas resgata e fortalece a identidade cultural, reconectando as pessoas com saberes tradicionais e promovendo o respeito pela diversidade alimentar.
Investir no conhecimento, cultivo e uso das PANCS não apenas expande horizontes gastronômicos, mas também representa uma oportunidade de resgate cultural e valorização econômica, reafirmando a importância dessas plantas não convencionais como parte integrante da riqueza natural e cultural do Brasil.