O Projeto Albatroz é uma ideia inovadora que utiliza drones para identificar focos de dengue e malária com precisão. Equipes de especialistas analisam os dados em tempo real para dar uma resposta rápida e eficaz, agindo diretamente nos ambientes infectados. Os drones, equipados com sistemas de pulverização, aplicam tratamentos nos focos, eliminando os criadouros dos mosquitos. A concepção do Albatroz surgiu em Davos, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial, realizado em janeiro de 2024. Em um dos muitos encontros onde a CONAFER marcou presença, um grupo da África apresentou um sistema de eliminação de focos de malária com o uso de drones. Depois de sua implantação em Pesqueira-PE no mês de junho, teve início neste mês a segunda fase com aplicação nos focos em áreas abertas e criação de protocolo para áreas residenciais da cidade. Por meio da Secretaria de Saúde e Vigilância Sanitária, estão sendo capacitados agentes da vigilância e profissionais da área de saúde para operacionalizar os drones na pesquisa de campo, identificação e eliminação dos focos

O município de Pesqueira, em parceria com a CONAFER, está dando continuidade ao Projeto Albatroz, mapeando e tratando as áreas de reprodução do mosquito Aedes Aegypti, combatendo de forma precisa os focos de dengue. Desde o início da operação, mais de 700 focos do mosquito já foram identificados para avançar no processo de extermínio. Ao permitir uma abordagem mais rápida e eficiente, esta tecnologia traz mais segurança para a saúde pública e proteção ambiental.

     

A cidade de Pesqueira tem 62.722 habitantes pelo Censo de 2022, encontra-se a uma altitude de 654 metros, a mais de 200 km do litoral pernambucano 

O Projeto Albatroz utiliza a plataforma Hãmugãy, um aplicativo de georreferenciamento de proteção dos territórios originários criado pela CONAFER. Pesqueira, a 200 km de Recife, foi a primeira cidade a conhecer esta ferramenta que tem a capacidade de diminuir, e progressivamente, eliminar a incidência de dengue nas populações urbanas e rurais. A ideia começou a se materializar quando o município de Pesqueira e a CONAFER firmaram o compromisso de combater a dengue por meio de convênio publicado no Diário Oficial da União. Com o uso de drones para mapeamento e tratamento das áreas de reprodução do mosquito Aedes Aegypti, o Projeto Albatroz teve início em junho e terá duração de 12 meses, com possibilidade de prorrogação por até 48 meses, mediante termo aditivo. A execução é supervisionada e fiscalizada pelo município, por meio de seus órgãos competentes, garantindo conformidade com os termos do convênio. 

A cidade de Pesqueira tem 62.722 habitantes pelo Censo de 2022, encontra-se a uma altitude de 654 metros, a mais de 200 km do litoral pernambucano. Assim como outras localidades da região do agreste, nas ações de campo, o drone é levado aos bairros e do alto vai mostrando imagens das residências, quando encontra um local com água parada ele pousa nestes focos, realiza uma varredura e logo após ele faz eliminação das larvas. Isso é possível porque o equipamento carrega insumos para pulverizar os criadouros. 

Segundo a prefeitura do município, foram identificados e eliminados quase 800 focos do mosquito da dengue. De janeiro de 2024 até o dia 1 de junho, Pesqueira não contabilizou nenhum caso confirmado de dengue, zika ou chikungunya, apenas foram registrados 170 casos prováveis de dengue e 5 de chikungunya. O município também não confirmou nenhum registro de morte que tenha sido causada por estas arboviroses este ano.

Outro aspecto muito importante, é que Projeto Albatroz também investe em educação e conscientização da comunidade, promovendo práticas de prevenção e controle. A missão é garantir um ambiente seguro e saudável para ajudar na erradicação de doenças, é a tecnologia a serviço da vida. Uma missão que a CONAFER e Pesqueira abraçaram e juntas vão levar adiante. Sem dúvida, este é um modelo de ação que pode ser replicado em muitos municípios brasileiros.

Projeto Albatroz é exemplo para o país

Combater a dengue em nosso país é um desafio em larga escala, por isso este continua a ser um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o país registrou mais de 1,4 milhão de casos prováveis de dengue em 2023, com cerca de 1.000 mortes causadas pela doença. A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é uma preocupação constante, especialmente em períodos de maior incidência de chuvas, que propiciam a formação de criadouros.

O Projeto Albatroz se destaca como uma solução tecnológica inovadora que pode ser replicada em outras cidades brasileiras. Com uma abordagem mais ágil e precisa, o uso de drones pode transformar o controle da dengue em áreas urbanas e rurais, contribuindo para a diminuição da incidência da doença no país. O sucesso em Pesqueira sugere que esta metodologia pode se expandir para outras regiões, potencialmente revolucionando a forma como as cidades enfrentam surtos de arboviroses, como a dengue, zika, chikungunya, oropouche e febre amarela. Mais do que uma ação local, o Projeto Albatroz aponta para um futuro em que a tecnologia estará cada vez mais a serviço da saúde pública, contribuindo para o bem-estar das comunidades, especialmente aquelas mais vulneráveis.

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