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ANO MAIS QUENTE: temperaturas altas de 2024 se estendem para 2025 com seca e pouca chuva

Um novo levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (Inmet), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, revelou que 2024 foi o ano mais quente no Brasil. O estudo analisou as temperaturas desde o ano de 1961 e mostrou que houve uma tendência de elevação das temperaturas médias anuais ao longo dos anos. O ano passado foi marcado por incêndios florestais, inundações no Rio Grande do Sul e a pior seca da história, que se estende até este ano de 2025 e impacta a agricultura familiar. Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mostram que 2025 ainda terá temperaturas acima da média no país, oceanos aquecidos e seca intensa, agravada por menos chuvas e mais calor, prejudicando também a pecuária 

A seca, a falta de chuva e o calor excessivo podem prejudicar muito a agricultura familiar, que depende do clima para cultivar alimentos. Com pouca chuva, as plantações não conseguem crescer corretamente, pois a água é essencial para as plantas se desenvolverem. O calor intenso também pode queimar as culturas e reduzir a produção. Isso afeta diretamente o sustento das famílias que vivem da agricultura, porque elas podem ter menos alimentos para vender ou até mesmo para consumir. Além disso, muitos pequenos produtores não têm sistemas de irrigação e a falta de chuva dificulta ainda mais o trabalho no campo e a criação de gado, que pode ficar mais fraco sem o crescimento dos pastos e com o calor. Por estes motivos, os produtores rurais devem estar atentos às previsões climáticas para 2025.

Para entender como será o clima em 2025, estudiosos analisaram o comportamento climático dos últimos anos. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (Inmet), a temperatura média anual alcançou 25,02°C em 2024, o que representa um aumento de 0,79°C em relação à média histórica das duas últimas décadas (1991 a 2020). Durante esse período de referência, a temperatura média foi de 24,23°C. O Inmet destaca que os registros de 2024 superam os de 2023, que até então era o ano mais quente desde 1961. A média anual de 2023 foi de 24,92°C, ficando 0,69°C acima da média histórica das últimas duas décadas completas.

Foto: Inmet

Além de ser o ano mais quente, 2024 também foi repleto de eventos climáticos extremos e desastres ambientais, como as enchentes do Rio Grande do Sul, a cortina de fumaça causada pelos incêndios florestais e a pior seca dos últimos tempos. A expectativa é que em 2025 ainda haja temperaturas acima da média, pouca chuva e a prevalência da seca. De acordo com estudiosos, embora o calor de 2025 deva ser um pouco menos intenso, ele ainda será extremo. A previsão global do Met Office, centro nacional de meteorologia britânico, indica que 2025 ficará entre os três anos mais quentes já registrados, atrás apenas de 2024 e 2023.

Seca extrema aumentou 2000% em terras indígenas na Amazônia brasileira em 2024 – Foto: Ricardo Stuckert / PR

Essa crise climática afeta principalmente as populações tradicionais que dependem da agricultura familiar, como é o caso de vários povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Dados do estudo Amazônia à Beira do Colapso – Boletim Trimestral da Seca Extrema nas Terras Indígenas da Amazônia Brasileira, produzido pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), mostram que a seca extrema de 2024 atingiu mais de 315 mil km² ou 31 milhões de hectares, uma área equivalente ao tamanho da Itália, indicando um aumento de 2000% em relação às áreas afetadas pelo processo de seca extrema. Além disso, a seca, juntamente com o garimpo, aumentaram o fogo nas terras indígenas em 2024, trazendo um novo recorde em mais de 20 anos.

Entre 1º de julho e 10 de setembro de 2024, as Terras Indígenas (TIs) registraram 8.164 focos de calor, o maior número já observado para o período desde 2003 – Foto: Reprodução

Os pesquisadores explicam que o calor registrado em 2024 foi principalmente causado pelo aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, que aceleram o aquecimento global. Além disso, o El Niño teve um papel importante, aquecendo os oceanos e elevando ainda mais as temperaturas. Para 2025, sem a presença do El Niño, espera-se um ano mais fresco do que 2024, mas isso não significa que o calor será menos intenso. Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), ao menos nos primeiros três meses de 2025, o calor deve permanecer acima da média em todo o país.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o cenário atual dos oceanos, com temperaturas acima da média, pode fazer com que desastres climáticos persistam ao longo de 2025. Além disso, a seca que afeta o Brasil já dura 18 meses, tendo começado em junho de 2023, sem dar trégua. O impacto é visível em centenas de cidades, com rios secos e comunidades isoladas. Com as previsões para 2025, especialmente no primeiro trimestre, indicando chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas, a estiagem tende a continuar. De acordo com o Inmet e o Cptec, as chuvas devem permanecer abaixo da média pelo menos nos três primeiros meses do ano.

Foto: Reprodução

A seca e a falta de chuva traz problemas para a agricultura familiar, como o mal desenvolvimento das hortas, diminuição e ressecamento dos frutos, morte das plantas e a perda de valor comercial dos produtos agrícolas. Ou seja, o valor de uma colheita de menor produção e com menos qualidade é bem menor, o que faz com que os agricultores familiares ganhem menos dinheiro. 

O outro lado do agro, também pode ser prejudicado com essa crise climática, afetando os pequenos produtores da pecuária, que dependem do pasto para alimentar os animais. Sem chuva, a vegetação não cresce como deveria, e os animais ficam com menos comida disponível. O calor pode tornar os animais mais fracos e doentes, porque eles sofrem com o estresse térmico, o que pode diminuir a produção de leite, o ganho de peso e até a reprodução. Além disso, como o pasto não cresce, os produtores precisam comprar ração, o que aumenta os custos. Isso torna mais difícil para as famílias manterem seus rebanhos e garante uma produção menor, prejudicando o sustento daquelas que dependem da pecuária para viver.

Foto: Reprodução

Por isso, o ano de 2025 será desafiador para os produtores rurais, mas também será a oportunidade de todos agirem conscientemente com uma produção sustentável. Sabendo disso, a CONAFER apoia os agricultores familiares com a agroecologia por meio de ações sociais e educativas nas comunidades carentes. A Confederação também desenvolveu o maior programa de melhoramento genético da bovinocultura nacional, o +Pecuária Brasil, que além de elevar o nível de qualidade dos rebanhos, trabalha com técnicas que não prejudicam o meio ambiente. O compromisso da entidade em preservar a biodiversidade das aldeias indígenas e áreas rurais demonstra mais uma vez que a CONAFER atua como solução com uma produção agrícola responsável. 

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