A pesquisa trimestral do leite realizada pelo IBGE nas 27 unidades da federação, publicada neste mês de janeiro, revelou uma alta no preço médio pago aos produtores de leite no ano de 2024. Para 2025, o aumento deve seguir a tendência inflacionária do leite longa vida, que acumulou 22,21% no ano passado, ficando acima da inflação oficial brasileira. A pecuária leiteira brasileira é sustentada em grande parte pela agricultura familiar. Dos 1,2 milhão de estabelecimentos produtores, 955 mil são propriedades agrofamiliares, correspondendo a 89% do leite que chega aos consumidores. Rebanhos com melhoramento genético têm um volume muito maior de produção, o que é uma oportunidade de lucro maior para os pecuaristas familiares que fazem parte do +Pecuária Brasil
O IBGE realiza pesquisas trimestrais do leite pelo país. No ano passado, tivemos uma alta nacional no preço médio de venda do leite numa comparação entre o 1º e o 3º trimestre. Com exceção de Roraima, que não teve seus dados divulgados, todos os demais estados brasileiros registraram alta no preço médio do litro do leite pago aos produtores.
A média nacional entre os meses de janeiro e setembro ficou em R$ 2,55, sendo que apenas Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Goiás apresentaram preços superiores a R$ 2,60, enquantos os estados do Acre e Tocantins ficaram com preços médios abaixo dos 2 reais.
Fonte: Pesquisa Trimestral do Leite – IBGE
Pecuária familiar brasileira sustenta 89% do mercado do leite
A pecuária leiteira brasileira é sustentada em grande parte pela agricultura familiar, em estudo realizado pela Milk Point Ventures, constatou-se que dos 1,2 milhão de estabelecimentos produtores, 955 mil são propriedades agrofamiliares, que juntas correspondem a 89% do leite que chega aos consumidores. No ano de 2024, a captação/produção formal de leite no Brasil cresceu 236 milhões de litros no período de janeiro a setembro, em comparação com 2023. Minas Gerais segue como líder absoluto na produção, seguida por Paraná e Santa Catarina – o estado catarinense vem se destacando pelo alto potencial produtivo para leite a pasto.
Fonte: Pesquisa Trimestral do Leite – IBGE
O aumento do preço do leite tem impactado fortemente a inflação brasileira nos últimos anos, considerando que o leite é um item básico da cesta de consumo das famílias. A elevação no preço deste laticínio, não apenas elevou o custo direto do produto, mas também influenciou os preços de derivados como queijos, iogurtes e manteiga, amplificando seu efeito na inflação.
Entre os anos de 2020 a 2023, de janeiro de 2020 a outubro de 2023, o preço do leite acumulou uma alta de 38%. No entanto, os custos de produção aumentaram 50% no mesmo período, pressionando as margens de lucro dos produtores. Já em 2024, o leite longa vida registrou um aumento de 18,83% no ano, destacando-se como um dos principais itens na inflação do grupo alimentação e bebidas. Esta elevação teve como uma das causas os fatores climáticos adversos, como a seca no Centro-Sul do país e as enchentes no Rio Grande do Sul, que reduziram a oferta e elevaram os preços.
Fonte: Ciência do Leite
Diante do efeito da produção leiteira na economia brasileira e no bolso das famílias, programas como o +Pecuária Brasil tornam-se cada vez mais necessários, pois ao atuar diretamente no crescimento e melhoria da produção do pecuarista, aumentando a oferta de leite ao consumidor final, o programa de melhoramento genético também contribui para uma redução no preço geral do produto, numa clássica relação econômica de oferta e demanda.