Por Redação UNC

Fonte: JCNET

Na terça-feira, 21, a Frente Revolucionária Mulheres de Luta (FRML) da UNC paralisou a Rodovia Bauru-Iacanga no estado de São Paulo para manifestar seu repúdio ao Judiciário pela lentidão burocrática no processo de negociação da Fazenda Santo Antônio para a Reforma Agrária. O processo da área corre desde março de 2014 quando o frigorífico que detinha os direitos da propriedade decretou falência. Desde então a massa falida da empresa busca a venda da Fazenda para pagar dívidas com a União e direitos trabalhistas.

A área já foi a leilão três vezes. Na primeira vez, a juíza proibiu o INCRA de participar, mesmo sendo um leilão público. Ainda assim, o INCRA ofertou 27 milhões pela área. A juíza então cancelou esse leilão e promoveu outro, só que desta vez com o valor de 33 milhões como o mínimo. Mesmo com esse golpe judiciário de 6 milhões, a autarquia se ofereceu a pagar a diferença se a juíza autorizasse a vistoria da área, o que ela não fez. Como no segundo leilão ninguém ofereceu nada além do INCRA, um terceiro foi realizado e uma empresa privada se ofereceu a pagar os 33 milhões pela área, porém em cinco parcelas divididas em cinco anos e totalmente sem juros de correção monetária. Oferta que a juíza considerou ao invés do pagamento à vista do INCRA. Isso é um desrespeito com o poder conferido à autarquia do INCRA e com as famílias que estão há mais de quatro anos na espera pelo seu pedaço de chão pra plantar e produzir.

O protesto foi contra essa decisão da juíza de entregar a área à iniciativa privada depois de acordo ilegal e milionário. A Fazenda, que seguia ocupada desde o dia 17 sofreu sua vigésima quinta reintegração de posse nesses quatro anos e meio em que o processo vem sendo travado por uma juíza que não tem pouco apreço pelos camponeses e muito acordo com gente cheio da grana. O judiciário neste caso é tendencioso, corrupto e vendido. Nossa luta não cessará até que todas as máscaras tenham caído.
Toda essa ação foi planejada, liderada e realizada pelas mulheres de luta da FRML, que cuidaram de todo o processo de maneira exemplar, desde a ocupação e segurança até relações públicas e assessoria de imprensa. Avante Mulheres de Luta! O futuro pertence a vocês!
 





 
 

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