da Redação
A data de 20 de novembro que celebra o Dia da Consciência Negra é reconhecida desde 1971, mas foi instituída oficialmente apenas em 10 de novembro de 2011, por meio da Lei nº 12.519
A celebração evoca o sentimento de aclamação e aceitação das origens africanas na formação do povo brasileiro. A data foi escolhida em menção ao dia da morte de um dos maiores líderes quilombolas, Zumbi, e tem como objetivo trazer reflexão sobre a importância do povo africano e de sua cultura para a construção do nosso país.
A Consciência Negra também representa a identificação da causa e luta dos ancestrais africanos que desembarcaram no Brasil e trouxeram consigo toda a cultura, costumes e tradições do seu povo. É ter em mente que a cultura escravocrata e o racismo estrutural persistem.
Os crimes diários contra populações pretas não cessam. E ceifam milhares de vidas, principalmente do jovens. Ainda são trágicas as consequências de uma sociedade colonizadora que prosperou a partir da exploração econômica da população africana trazida escrava. E mesmo que a história de crimes contra a humanidade, já escancarada ao longo do tempo, seja revelada para as novas gerações, seguem os afro-brasileiros em situação de absurda desigualdade.
A CONAFER se soma a esse movimento de conscientização negra, do reconhecimento de seu valor e de sua cultura, assim como da luta de quem não se cala e luta contra o racismo, fortalecendo a resistência contra retrocessos. Saudamos, especialmente, os agricultores quilombolas, que mantêm a sua luta no campo.
A Confederação considera essa uma pauta fundamental, tanto que criou a Secretaria Nacional de Desenvolvimento e Políticas de Povos e Comunidades Quilombolas, representada pelo secretário Paulo Sérgio Barbosa, conhecido como Akin de Ogun, e por Luara Monteiro.
“A secretaria surge para valorizar e unir os movimentos negros em torno da agricultura familiar rural, fazendo parcerias com diversos setores dos movimentos negros e também trabalhando diretamente com o agricultor quilombola”, destaca Akin.
Na metade do século XVII, o Quilombo dos Palmares era referência de produtividade, sustentabilidade e fartura
O Quilombo dos Palmares foi uma república em pleno período colonial e escravocrata. A população, de cerca de 20 mil habitantes, trabalhava de forma coletiva. O seu aniquilamento, contudo, não matou a memória dos que ali habitaram. Daí a importância do 20 de novembro em nossa sociedade atual. Assim como o quilombo símbolo da resistência negra dos séculos XVI e XVII, um movimento de consciência negra, das vidas que importam, toma conta do mundo e se fortalece no Brasil.
A causa negra mantém fortes e vibrantes as vozes contra o racismo.
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