da Redação

Em entrevista à SECOM, da capital Palmas, Jaime Café, secretário da Seagro, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, fala da satisfação e das perspectivas do Acordo de Cooperação Técnica firmado com a CONAFER; previsão é atender 500 propriedades rurais

O estado mais novo do Brasil é um gigante em tamanho, com quase 278 mil km², superando em área, por exemplo, o estado de São Paulo com seus 248 mil km². Tem como limites a Bahia, a leste e sudeste; Piauí, a leste; Maranhão, a norte, nordeste e leste; Pará, a oeste e noroeste; Mato Grosso, a oeste e sudoeste; e Goiás, a sul; estando localizado a sudeste da Região Norte.

Este vasto território, porém, tem uma população muito pequena, comparando-se com qualquer outro estado brasileiro. São quase 1,8 milhão de pessoas, uma população menor que muitas cidades do país.

Mas a região deste belo e rico estado, que até 32 anos atrás era o norte goiano, tem vocação para uma atividade econômica muito importante: a pecuária. Tocantins está entre os 3 maiores produtores de bovinos da Região Norte, tanto de corte, como de leite. É neste cenário de um enorme potencial de crescimento que chega o +Pecuária Brasil.

Nos parágrafos abaixo, o secretário Jaime Café, fala ao editor de jornalismo Wilson Ribeiro, sobre agricultura familiar, o trabalho da Seagro para fomentar o setor e a preparação de Tocantins para receber o +Pecuária Brasil.

Jaime Café de Sá é produtor rural, foi presidente do Sindicato Rural de Lagoa da Confusão, prefeito de Lagoa da Confusão por dois mandatos, ocupou o cargo de Secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na gestão Siqueira Campos (2011 a 2014). Foi deputado estadual no ano de 2017. E atualmente comanda a Seagro.

SECOM:

Qual a importância do +Pecuária Brasil para os agropecuaristas familiares do Tocantins?

Jaime Café:

Temos uma grande satisfação em poder fazer esta cooperação com a CONAFER. O Tocantins é um estado de dimensões bastante grandes, um estado maior que o tamanho do estado de São Paulo, porém com uma população bem menor, nós temos 1,8 milhão de habitantes. Uma população bastante rarefeita.

Em relação à agropecuária que envolve os pequenos produtores, ainda temos uma dependência dos programas governamentais, com o PAA, o Programa de Aquisição de Alimentos para a merenda escolar. Temos que fazer o melhor trabalho para os nossos agropecuaristas, para não perder a oportunidade,
não perder este nicho de mercado.

Temos apoiado a produção dos pequenos produtores, como agora com a CONAFER, com uma parceria que vai melhorar muito a qualidade genética dos rebanhos das pequenas propriedades.

Recentemente firmamos um acordo de parceria com o Banco Mundial para melhoramento do gado Nelore, o mais adaptado ao nosso clima, com 100 mil procedimentos de melhoramento genético.

O nosso rebanho bovino é de 8 milhões de cabeças. A ideia é ter um máximo número de fêmeas para um melhor resultado com bezerros mais saudáveis e ganhos para o produtor.

SECOM:
Como se encontra o segmento da agricultura familiar no Tocantins?

Jaime Café:
No Tocantins, do Sul ao Norte, temos mais de 500 projetos de assentamentos do Incra. Temos um convênio com a entidade para o acesso a esta terra, montamos uma equipe de 22 profissionais para titularizar 12 mil propriedades rurais.

Na parte de produção, estamos preparando um programa bem amplo de piscicultura, pois temos uma imensa bacia hidrográfica a ser explorada sustentavelmente, e temos as melhores condições de criar o peixe da agricultura familiar em diversas regiões, como acontece no Paraná e Mato Grosso do Sul.

E temos vantagens competitivas como um clima excelente e água o ano todo, ótima temperatura para os peixes, além do nosso mercado estar próximo da Europa, Estados Unidos e de Manaus, cidade com o maior consumo per capita de peixe no Brasil.

SECOM:
Como a Seagro atua no segmento agrofamiliar, e mais especificamente, no setor de pecuária? Quais as suas expectativas para futuras parcerias com a CONAFER?

Jaime Café:
Esta parceria é muito importante para elaborar e levar adiante nossos projetos, pois com a escassez de recursos dos programas governamentais, surgem as dificuldades de levar a assistência técnica, e daí com as empresas privadas, nossos agricultores podem acessar estes projetos.

No momento, estamos passando por uma crise no setor leiteiro, na produção da muçarela. Com a ideia do governo de importar o leite em pó da Argentina, do Uruguai, no começo do ano, tivemos um momento bem difícil, mas temos uma perspectiva de melhora. O leite
não pode ser caro. Criamos uma linha de crédito para custear a produção por meio de nossa agência de fomento, com avalização do vizinho, sem excesso de exigências e com aprovação ágil no crédito.

Os nossos agropecuaristas terão esta oportunidade de aumentar a produção de leite. E uma vaca que produzia 5 litros, vai passa a produzir 10, 15 litros. E com a inseminação artificial do +Pecuária pelo sistema IATF, vamos ter uma melhor condição ainda de realizar o melhoramento genético.

Tenho certeza do êxito desta parceria. Nós temos algumas regiões do Bico do Papagaio, Araguaína com plantas de laticínios, Bernardo Sayão com 3 plantas, Colmeia, Couto Magalhães e Pequizeiro, todas prontas para receber o +Pecuária. Com as 3 mil doses de sêmens anuais, vamos atender mais de 500 propriedades.

Nós temos uma estrutura para receber os sêmens e entregar nas propriedades de acordo com o plano de trabalho da Seagro, CONAFER e ALTA GENETICS. Tenho certeza do sucesso do +Pecuária Brasil no Tocantins.

O programa +Pecuária Brasil

A CONAFER, em parceria com empresa líder mundial na tecnologia de inseminação artificial, a ALTA GENETICS, desenvolveu o programa + Pecuária Brasil para o desenvolvimento dos rebanhos bovinos de corte e leite dos agropecuaristas familiares brasileiros.
O +Pecuária Brasil é um divisor de águas no campo, e vai contribuir para o crescimento socioeconômico dos pecuaristas do segmento da agricultura familiar. Em parceria com as Secretarias de Agricultura e Agropecuária dos estados, a CONAFER fará a doação de centenas de milhares de doses de sêmens durante os próximos 4 anos em pequenas propriedades em todas as regiões do território nacional.

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