da Redação

Os Guarani vivem o luto pelo Cacique Domingos, morto por infecção do coronavírus; Confederação entregou doações à comunidade de 500 indígenas

O litoral brasileiro era um verdadeiro paraíso ainda sob os cuidados da rica natureza e da riqueza cultural do povos originários. Após a descoberta do Brasil e uma história de genocídios, que incluem doenças e vírus, como a varíola, o sarampo, a gripe, e agora, com a pandemia da covid-19, o povo guarani do litoral do Rio de Janeiro segue resiliente o seu caminho, com muita coragem para ultrapassar os obstáculos, conquistar sua autonomia, cultuar as tradições e ancestralidade, e assim desenvolver-se como povo independente em sua comunidade.

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A Aldeia Sapukai está a 6 km da Rio-Santos, na região de Bracuí, em Angra dos Reis, a 157 km da capital fluminense. A comunidade vive em uma área montanhosa cercada pela Mata Atlântica. Dos 500 aldeados, 150 são crianças. A Sapukai perdeu recentemente o Cacique Domingos, que infectado novo coronavírus, não resistiu. Os casos de Covid-19 dentro da comunidade só aumentam, isolando-a ainda mais do comércio e da região. Este isolamento agravou ainda mais o fato da Sapukai já estar passando por um momento de extrema necessidade, principalmente, em relação ao alimento para a sua subsistência.

Ação da CONAFER atendeu pedido de Lucas Xunu Mirim, representante da Sapukai

Coordenador de São Paulo, Thales Ramos foi até a Sapukai entregar cestas básicas e insumos representando a CONAFER. Foto: CONAFER

Thales Ramos, Coordenador Regional de São Paulo, recebeu a missão da CONAFER e viajou com as doações de cestas básicas e outros insumos, levando mais do que alimentos, mas também esperança aos moradores da Sapukai. 

Em junho, a CONAFER entrou com uma Ação Civil Pública condenando a União e os órgãos responsáveis pelas políticas indigenistas, FUNAI – Fundação Nacional do Índio, e SESAI – Secretaria Especial de Saúde Indígena, a colocarem em andamento, e em caráter de urgência, um plano conjunto de enfrentamento da Covid-19 nos territórios indígenas, com medidas que contemplem desde o atendimento aos indígenas com suspeita de infecção pelo novo coronavírus, até a distribuição de EPIS, insumos médicos, segurança alimentar e contratação de agentes de saúde especializados nas aldeias.

Alegando “ativismo judicial” em sua sentença, o juiz da 6ª Vara do DF negou o pedido da Ação Civil Pública. Porém, a CONAFER apelou da sentença. A Confederação não vai medir esforços para exigir que os órgãos competentes atuem com a urgência pela gravidade da situação. O recurso de apelação foi remetido ao TRF-1, Tribunal Federal da Primeira Região, e tem por finalidade a cassação da sentença expedida para que a ação retorne à sua origem e seja devidamente processada. E em caráter emergencial. 

Independente da negativa na Ação Civil Pública, a CONAFER não tem medido esforços para atender às populações indígenas do país. Para o coordenador Thales, “a participação da CONAFER foi extremamente importante nesse momento de pandemia, fazendo chegar o seu apoio para aqueles que mais precisam. Ao chegar em Angra dos Reis com toda a sua solidariedade, a Confederação reafirma o seu compromisso de proteção dos povos indígenas”.

Capa: Angra News

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