É isso mesmo o que diz o título da matéria. US$ 284 bilhões de dólares serão gerados todos os anos no Brasil pelas próximas 4 décadas em função da bioeconomia. Praticamente metade do PIB atual brasileiro será acrescentado às riquezas que o país produz todos os anos. São números que podem dar à nossa nação o protagonismo em um mundo mais evoluído ambientalmente. Este estudo inédito é resultado de uma parceria entre a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), Embrapa Agroenergia, Centro Brasileiro de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBR/CNPEM), Centro de Tecnologia das Indústrias Químicas e Têxteis do SENAI (Senai/CETIQT) e Centro de Economia da Energia e do Meio Ambiente (Cenergia/UFRJ). O levantamento estima que esta geração de valor pode ser alcançada fomentando a plena bioeconomia em 3 frentes: políticas de controle de emissões de gases de efeito estufa (GEE), a consolidação da biomassa como principal fonte de energia na economia e a intensificação das tecnologias biorrenováveis
O estudo “Identificação das Oportunidades e o Potencial do Impacto da Bioeconomia para a Descarbonização do Brasil”, em parceria com a Embrapa, considerou diferentes trajetórias para o Brasil até 2050. Especialistas avaliaram três possíveis cenários de bioeconomia como complemento à transição energética. O cenário potencial da bioeconomia é essencial para o documento que prevê a intensa adoção de tecnologias biorrenováveis com a plena implementação da bioeconomia no Brasil, podendo gerar receitas industriais adicionais de 284 bilhões de dólares por ano. Para atingir este objetivo, as emissões poderiam ser reduzidas em cerca de 550 milhões de toneladas de CO 2 eq.
Óleos essenciais como a pimenta-do-reino (planta abundante nos estados amazônicos) têm ampla aplicação industrial, desde os segmentos agrícolas (por exemplo, biopesticidas) até as indústrias alimentícia, cosmética e farmacêutica
O documento analisa diferentes cenários para este Brasil do futuro, propondo três ambientes potenciais para a bioeconomia no contexto brasileiro de transição energética, considerando a intensa adoção da bioeconomia como parte essencial para a transição. O primeiro cenário, denominado “Políticas Atuais”, considera a manutenção das atuais políticas brasileiras e diz respeito às Contribuições Nacionalmente Determinadas ( NDC ) do país, estabelecidas no Acordo de Paris. O segundo cenário, “Abaixo de 2 o C”, vê a biomassa como a fonte de energia mais importante para implementar tecnologias de baixo carbono nos principais setores da economia brasileira, cumprindo também o Acordo de Paris. Seu objetivo específico é definir abaixo de 2 o C como o limite superior para o aquecimento global até o final do século. O terceiro e último cenário, denominado “Potencial de Bioeconomia”, propõe que bioeconomia e transição energética se complementam e são responsáveis por tecnologias biorrenováveis promissoras no cenário “Abaixo de 2 o C”.
Bomba brasileira de biocombustível já é uma realidade
Segundo Alexandre Alonso, responsável pela Embrapa Agroenergia, “o estudo quantifica a bioeconomia em cenários de transição energética e avalia como as tecnologias geradas pela economia circular de baixo carbono podem complementar a transição energética nas cadeias produtivas. Procuramos desenvolver processos produtivos mais eficazes e que utilizem menos insumos e energia, fortemente baseados em biotecnologia”. Além de Alonso, também participou do estudo o pesquisador e ex-presidente da Embrapa, Maurício Lopes. Segundo Lopes, o Brasil tem condições de desenhar uma agricultura específica voltada para a biomassa e capaz de proporcionar um setor bioindustrial inovador e competitivo. “A bioeconomia tem vantagens na complexa equação da sustentabilidade, pois é capaz de combinar, de forma sinérgica, recursos naturais, como biomassa, e tecnologias avançadas em um modelo de produção com base biológica, limpa e renovável, promovendo sinergia entre os seguintes indústrias: energética, alimentícia, química, de materiais e outras”, afirmou Maurício Lopes.
Sobre a bioeconomia
A bioeconomia é a ciência que estuda os sistemas biológicos e recursos naturais aliados na utilização de novas tecnologias com propósitos de criar produtos e serviços mais sustentáveis. Ela está presente na produção de vacinas, enzimas industriais, novas variedades vegetais, biocombustíveis, cosméticos, alimentos, fibras, e tudo o que pensarmos em cadeias produtivas.
Com informações da Embrapa.
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