Nesta quarta-feira (8), 2 carretas solidárias saem de Brasília com destino ao Rio Grande do Sul carregadas de doações. São alimentos, água, leite, fraldas, material de saúde, limpeza e higiene, ração para os animais e cobertores. As atualizações em relação às fortes chuvas que assolam o estado gaúcho mostram uma situação muito difícil e angustiante, conforme a Central de Monitoramento da CONAFER indica pelo movimento de nuvens carregadas vindas da Argentina. O que temos visto são cenas de terror e muito sofrimento. Até ontem à noite (6), os registros indicam 85 mortos, conforme boletim da Defesa Civil. Os feridos somavam 339, enquanto 134 pessoas permaneciam desaparecidas, e mais de 201 mil pessoas foram deslocados de suas residências. Entre estes, 153 mil estavam desalojadas e aproximadamente 47.676 em abrigos públicos. As devastadoras cheias não pouparam os territórios indígenas, alguns enfrentando situações de extrema gravidade. Entre os mais impactados estão os Guarani Mbyá, obrigados a abandonar suas aldeias pela força das águas
O impacto das chuvas se estende a uma grande parcela da população gaúcha, afetando de forma direta ou indireta mais de 1.178.226 pessoas. Em resposta à crise, o governo federal anunciou a antecipação da liberação de R$ 580 milhões em emendas parlamentares individuais destinadas às cidades do Rio Grande do Sul, sendo a maior parte desse montante, cerca de R$ 538 milhões, direcionada para ações na área da saúde pública, visando atender às demandas emergenciais decorrentes das inundações.
Mapa da Central de Monitoramento da CONAFER indica o movimento das nuvens carregadas chegando da Argentina, indicando novas precipitações pluviométricas de grande magnitude até o dia 20 de maio
A infraestrutura também sofreu severos impactos, com o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, permanecendo fechado por tempo indeterminado, todas as operações suspensas e áreas do terminal inundadas, incluindo as escadas rolantes. Além disso, serviços governamentais e sites estaduais de processamento de dados serão desativados temporariamente em resposta à situação emergencial.
Quanto às previsões meteorológicas, os próximos dias ainda se mostram desafiadores. As autoridades alertam para a continuidade das chuvas intensas, com possibilidade de volumes pluviométricos significativos que podem agravar ainda mais as condições de inundação e deslizamentos de terra em várias regiões do estado. As equipes de resgate e assistência continuam mobilizadas, buscando garantir a segurança da população e minimizar os impactos dessa calamidade.
Situação das áreas indígenas
As devastadoras cheias no Rio Grande do Sul não pouparam as comunidades e territórios indígenas, com muitas aldeias afetadas, alguns enfrentando situações de extrema gravidade. Entre os mais impactados estão as aldeias do povo Guarani Mbya, que viram suas rotinas serem drasticamente alteradas pela força das águas.
As famílias indígenas, em uma luta pela sobrevivência, tiveram que abandonar suas moradias tradicionais em busca de segurança em áreas mais elevadas, buscando evitar os alagamentos e os perigosos deslizamentos de terra.