Toda vez que um grande artista nos deixa, fica a tristeza pela partida, mas a sua história permanece viva toda vez que relembramos a sua obra. O cantor, compositor e músico Antônio Sérgio Rodrigues Barbosa, Sérgio Amaral, é um destes artistas. O embaixador do frevo nasceu para distribuir alegria por onde desfilava com o octogenário Bloco Lira pelas ruas de Pesqueira, em Pernambuco. O seu falecimento entristeceu os pernambucanos, em especial os Xukuru do Ororubá, sempre presentes em suas canções. O Cacique do Frevo, como era conhecido, foi um personagem multicultural. Desde a animação dos carnavais pesqueirenses, na sua atuação política, sendo atleta, estudando filosofia, atuando nos palcos, compondo músicas inesquecíveis, interpretando clássicos nordestinos, cantando por décadas e promovendo a arte como diretor de Cultura de Pesqueira, Sérgio Amaral permanecerá na memória de todos

O cantor, compositor e músico Sérgio Amaral faleceu aos 61 anos nesta quinta-feira, 15 de dezembro. Ele comandava o icônico bloco Lira da Tarde, em Pesqueira. O embaixador do frevo estava internado desde novembro para tratar o fígado aguardando um transplante. Depois de testar positivo para a Covid-19 e por complicações renais, veio a falecer para a tristeza dos amantes da arte e da alegria.

O músico foi um talentoso cantor e compositor, um homem que sempre levou a diversão para o povo nordestino. Sérgio Amaral gravou clássicos de Valdir Bananeira, de Cláudio Almeida e de vários compositores, além de músicas próprias. Em “Nordeste Noves-Fora Nada”, Sérgio deu um grito em nome do povo nordestino, um povo mega cultural que vive e sobrevive aos tempos. Antônio Sérgio Rodrigues Barbosa, nasceu no dia 08 de agosto de 1961, e desfilou pela vida com sua presença contagiante. 

O artista participou de todos os movimentos culturais de Pesqueira. Foi precursor do verdadeiro carnaval-povão na cidade, manteve viva a tradição do “Cachorro do Miúdo”, troça embrionária do gigante bloco Lira da Tarde, o “Galo da Madrugada do Agreste”, devido à multidão que arrastava pelas ladeiras e ruas de Pesqueira. Inteligente, bem-humorado e crítico, o artista fazia arte com os olhos e a mente voltados para o social. Certa vez, durante uma apresentação, em cima do trio elétrico, gritou na frente de um camarote dizendo que “O Carnaval é povo”, deixando políticos atônitos e admirados. O Cacique do Frevo era assim mesmo, um homem que escolheu a força popular para perpetuar a sua obra.

Nota de pesar do Lira da Tarde pelo falecimento de Sérgio Amaral:

“O Lira da Tarde que leva milhares de foliões às ruas de Pesqueira, no Agreste, que foi fundado em 1938, está de luto. O bloco que sai sempre às 16h dos três dias de carnaval, em nossa querida Pesqueira perde o seu Maestro, o carnavalesco Sérgio Amaral, que era filho de um dos fundadores e comemorava a união dos brincantes sempre lado a lado com o povo. Sérgio fará muita falta. Pesqueira e o Lira da Tarde se curvam em agradecimento à sua trajetória e por tantas alegrias que nos concedeu ao longo de sua vida e dedicação à cultura popular e ao Carnaval tradicional de nossa cidade. Registro nossos sinceros votos de sentimentos a toda a família e aos amigos. Que Deus conforte a todos! Sua obra vive! A cultura perde um Ícone, mas sempre será inspiração para as novas gerações. Vai com Deus, Sérgio!”.

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