É amanhã, 15 de julho de 2023, no Estádio de Pituaçu, em Salvador, a final da Etapa Nordeste do 1º Campeonato Nacional de Futebol Indígena, a maior competição da história do futebol indígena brasileiro, reunindo 92 equipes de dezenas de territórios e etnias de todo o país. A Seleção Pataxó, representante da Bahia, enfrenta a equipe do Kambiwá, de Pernambuco, às 10 horas com transmissão da TV CONAFER e Rádio Sociedade, o grande marca na cobertura do futebol baiano. A fase Nordeste envolveu 23 equipes, sagrando-se vitoriosas as duas equipes, que em jogo único no lendário Estádio Pituaçu, em Salvador, decidem quem manda no futebol indígena nordestino. Depois teremos as etapas Sudeste (julho), Sul (agosto), Centro-Oeste (setembro), Norte (outubro), e em Novembro, a grande final em Brasília, reunindo um pentagonal com os campeões regionais, em uma grande festa do futebol indígena brasileiro no Estádio Bezerrão
As equipes nordestinas se classificaram por meio das seletivas que aconteceram entre os dias 16 e 18 de junho, envolvendo 23 equipes, em duas sedes. No sul da Bahia, com jogos em Porto Seguro, na aldeia Barra Velha, em Pau Brasil e em Santa Cruz Cabrália, 14 equipes disputaram a fase classificatória.
A Seleção Indígena Pataxó, de Coroa Vermelha, goleou o Boca da Mata Futebol Clube por 5×2 para disputar o título contra o Kambiwá, de Ibimirim, que venceu a final da seletiva pernambucana na cidade de Pesqueira, que contou com nove equipes, contra a Seleção Guarani Kariri Xocó, de Alagoas, por 4×2.
A competição é a maior da história do futebol indígena brasileiro, e envolve 92 equipes e 2,7 mil atletas de territórios indígenas de todo o país. A realização é da CONAFER, União Nacional Indígena (UNI) e do Terra Bank, o banco digital do campo. O campeonato segue as regras oficiais da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Federação Internacional de Futebol (FIFA), e prossegue com as demais etapas ao longo do ano: no Sudeste, em julho; no Sul, em agosto; no Centro-Oeste, em setembro; e no Norte, em outubro. Já nos dias 25 e 26 de novembro, os cinco campeões disputam o título nacional no Estádio Bezerrão, em Brasília.
O troféu do campeão recebeu o nome de Galdino Pataxó, em homenagem ao indígena pataxó Galdino Jesus dos Santos, assassinado em Brasília, em 1997, um símbolo da luta e resistência dos povos originários brasileiros. As premiações chegam a R$ 100 mil para os 3 primeiros colocados, sendo R$ 60 mil para o primeiro, R$ 30 mil para o segundo e R$ 10 mil para o terceiro lugar. Para a secretária Nacional de Esportes, Cultura e Lazer Social da CONAFER, Aline Leocádio,“este evento é de grande importância para o Brasil, pois promove e fomenta o esporte, a cultura, o lazer e a inclusão social dos nossos povos indígenas”.
O objetivos do Campeonato vão além do esporte, pois buscam a valorização da cidadania, a inclusão social, promoção da cultura e autonomia dos povos indígenas brasileiros. Apoiar o esporte entre as nações originárias, resgatando a tradição do futebol praticado pelos indígenas em seus territórios é muito importante. Ao mesmo tempo, promove-se a saúde e a sociabilidade entre os jovens indígenas, integrando aldeias e territórios, dando visibilidade às causas originárias, fortalecendo o conceito de coletividade das comunidades por meio da prática desportiva, além de incentivar o desenvolvimento de jovens atletas em âmbito nacional.