O secretário de Conflitos Agrários da CONAFER e presidente da Fafer do Pará, Francisco Leite Neto, junto com sua equipe da Confederação, no estado do Pará, acabam de receber a Carreta Solidária no município de Itupiranga, distante mais de 600 km da capital Belém. Carregada de cestas básicas, alimentos, água mineral, móveis, eletrodomésticos e roupas, em uma ação permanente coordenada pela Diretoria de Ação Social e Inclusão da CONAFER, e que está percorrendo todo o país, a Carreta chega agora para ajudar as comunidades indígenas do povo Surui, nas aldeias Ipirary, Pame’yagara, Awussehe, Tukapehy, Yeta e Kamasyron, além do povo Paracanã, da aldeia Maroxewara. A Carreta Solidária iniciou sua trajetória rumo ao Sul do país, chegando nos territórios dos povos sulistas, Xokleng, Kaingang e Guarani, ainda em dezembro de 2023. Depois a Carreta se dirigiu ao Centro-Oeste, chegando em Dourados e Caarapó, cidades do Mato Grosso do Sul, onde foram atendidos os Kaiowá, Guarani Ñandeva e Terena. Há duas semanas, estava no Tocantins, onde a terceira etapa das ações se concentrou em Itacajá, região dos Krahô da Terra Indígena Kraolândia. Agora é a vez do Pará, com a Carreta Solidária levando apoio e ajuda para diversas aldeias indígenas nos municípios de Brejo Grande, Marabá, São Domingos, São Geraldo e Itupiranga, uma grande viagem no segundo maior estado da região Norte do Brasil
Itupiranga tem muitas comunidades indígenas e possui uma população de 51 mil habitantes, sendo atravessada pela Transamazônica
A paraense Itupiranga foi criada em 1947, e tem o nome oriundo da língua tupi que significa “cachoeira vermelha”, através da junção dos termos ytu (“cachoeira”)e pyrang (“vermelho”). O município possui uma população de 51 mil habitantes, distribuídos em 7 914,6 km² de extensão territorial.Itupiranga é atravessada pela rodovia BR-230 (Transamazônica) de sudeste a noroeste, interligando-a à Marabá. O Porto Fluvial de Itupiranga comporta embarcações de pequeno porte que navegam principalmente pelo Rio Tocantins.
O secretário de Conflitos Agrários da CONAFER e presidente da Fafer do Pará, Francisco Leite Neto (camisa laranja), junto com sua equipe da Confederação, acabam de receber a Carreta Solidária em Itupiranga
A Carreta Solidária que estava no final de 2023 no Sul do Brasil, está agora percorrendo o Pará, o segundo maior estado da região Norte. O estado pertence ao bioma amazônico, com grande cobertura vegetal formada por florestas e cerrados em uma pequena parcela ao sul. A economia paraense é liderada pelo extrativismo mineral e vegetal, sendo a maior da região Norte. Este cenário
revela uma das maiores diversidades étnicas do país, onde vivem mais de 55 etnias, aproximadamente 60 mil indígenas, falantes de três dezenas de idiomas dos troncos linguísticos: Karib, Macro jê, Pano, Nheengatu, Tupi, Juruna, Munduruku, entre outras. Os povos indígenas ocupam mais de 25% (vinte e cinco por cento) do território paraense e estão distribuídos em torno de 77 terras indígenas, em 52 municípios.
Eles vivem atualmente em diferentes contextos: comunidades e povos indígenas vivendo nas 52 cidades, inclusive na capital Belém, e não recebem nenhum benefício social do Estado como indígenas; povos e comunidades vivendo nas áreas próximas às cidades, e seus territórios, quando ainda os possuem, estão cercados por fazenda e colonos, perdendo a diversidade de produtos e dificilmente conseguem conjugar atividades básicas de agricultura e coleta; os povos e comunidades com seus territórios afastados dos centros urbanos seguem articulando a agricultura, coleta e outras atividades com base no uso sustentável dos recursos naturais. Esses povos, atualmente, enfrentam os grandes interesses de madeireiros, mineradores, hidrelétricas e outros grandes empreendimentos; e finalmente, os povos e comunidades não contatados (autônomos ou em isolamento voluntário), que deveriam ser protegidos através das garantias do acesso e conservação dos recursos naturais, dos quais dependem suas vidas.
Cada povo ou comunidade indígena do Pará têm suas organizações próprias, sua forma de viver e de decidir sobre ela, seja através de organizações de representações jurídicas ou não, as mais comuns de organizações estão nos modelos de associações comunitárias, associações de produtores, grupos, cooperativas, conselhos e outras formas de organização indígenas, tradicionais e não tradicionais.
Diante dos desafios enfrentados por diversas comunidades indígenas e quilombolas do Brasil, a CONAFER reafirma o seu compromisso com a solidariedade, esperança e alegria, levando afeto, atenção e ajuda material aos que mais necessitam.
Com informações da UFOPA, Universidade Federal do Oeste do Pará.