Povos indígenas do Mato Grosso do Sul, receberam nos últimos dias 26 e 27, cestas básicas, pães, água mineral, roupas e calçados da Carreta Solidária, uma ação permanente coordenada pela Diretoria de Ação Social e Inclusão da CONAFER, e que está percorrendo todo o país. No final de 2023, uma Carreta se deslocou para o Sul para dar um Natal melhor aos Xokleng, Kaingang e Guarani. Agora, uma Carreta chegou em Dourados e Caarapó, para apoiar os Kaiowá, Guarani Ñandeva e Terena. Em breve, mais uma Carreta estará seguindo para o Tocantins. Nesta ação mais recente, foram beneficiadas 250 famílias em diversas aldeias sul-mato-grossenses, como a Nilvera, Piraju, Kurupi, incluindo famílias das retomadas Nhu Porã, Mudas MS, Guyra Roka, Passo Piraju, Santiago Kue e Aldeia de Naviraí 

As ações se concentraram nos municípios de Dourados e Caarapó. Nestas duas cidades, encontram-se duas grandes reservas, a TI de Dourados, que é a maior do Mato Grosso do Sul, com 14 mil indígenas, e a TI Caarapó, terceira maior com 4,4 mil. Nesta região do MS, coexistem 3 etnias: os Kaiwoá, Guarani e Terena. 

À direita, entregando alimentos e água, Arariquele Cardoso Pataxó Hã-hã-hãe, coordenadora de Assuntos Indígenas da Presidência, no comando das ações no Mato Grosso do Sul

A Reserva Indígena de Dourados foi demarcada em 1917 com 3,6 mil hectares. Ao longo do tempo, sofreu um processo histórico de diminuição de sua área, sendo registrada em 1965 com 61 hectares a menos. O título definitivo de propriedade, expedido vinte anos depois, manteve a redução, e a área total ficou com 3,5 mil hectares – dos quais apenas 3,4 mil estão na posse efetiva dos indígenas.

O Mato Grosso do Sul vive um conflito agrário permanente de apropriação de terras dentro dos territórios tradicionais dos indígenas. É um processo de concentração fundiária, expropriação e expulsão dos indígenas de seus territórios, como a Reserva Indígena de Dourados demarcada inicialmente com 3,6 mil hectares, e que ao longo de um século foi reduzida para 3,4 mil hectares. 

O resultado destas ações de invasores é uma vulnerabilidade das populações indígenas. A pandemia agravou a situação de muitas aldeias, que até agora ainda vivem em condições precárias, com ausência de infraestrutura para as atividades culturais, educação básica e alimentação das famílias.

Diante dos desafios enfrentados por diversas comunidades indígenas e quilombolas do Brasil, a CONAFER reafirma o seu compromisso com a solidariedade, esperança e alegria, levando afeto,  atenção e ajuda material aos que mais necessitam.

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