Na última semana o Presidente da CONAFER, acompanhado do Secretário Geral, Secretária Nacional de Agroecologia e Secretário Nacional de Comunicação foram recebidos na EMBRAPA do Distrito Federal pelo presidente João Carlos Garcia, junto a sua equipe: Terezinha, que trabalha junto às comunidades tradicionais e preservação da biodiversidade, também Nadir que trabalha junto à ela e Leonel, responsável pelos trabalhos de banco de sementes e conservação.

Primeiramente foi feito uma apresentação da trajetória da CONAFER, desde sua criação em 2011 até as últimas articulações e ações realizadas, como a abertura da Frente Parlamentar da Agricultura e a significante participação na Audiência Pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA). Também ficou claro que todas as diretrizes da CONAFER são pautadas pela Agenda 2030 da ONU, uma série de orientações e objetivos a serem alcançados até 2030 para melhorar a sustentabilidade e qualidade de vida no mundo. Tomamos conhecimento que a EMBRAPA também tem a Agenda 2030 como base dos seus eixos principais de atuação: Sustentabilidade, erradicação da pobreza, novas tecnologias, avanço do conhecimento e políticas públicas. Muitas das ações de ambas as entidades são altamente convergentes.
Pegando o gancho, a EMBRAPA também fez sua apresentação, expondo suas prioridades, campos de atuação, serviços disponíveis e objetivos a serem alcançados. Em suma, é uma grande empresa de pesquisa e desenvolvimento, que oferece capacitação e conscientização das pessoas, mas principalmente, através de pesquisa, cria modelos de sucesso para sistemas de produção e desenvolvimento com o objetivo de serem replicados em outras localidades. Também formam multiplicadores do conhecimento, que é uma de suas frentes de atuação mais fortes.
A CONAFER explicitou sua vontade em ter uma formação de confiança para suas bases, sejam elas camponeses, agricultores familiares, indígenas, quilombolas ou ribeirinhas. A CONAFER é naturalmente uma multiplicadora, uma entidade que representa um grande número de famílias capazes de se tornarem multiplicadoras, mas a grande questão sempre é sobre o que multiplicar e como, e com a EMBRAPA temos exatamente essas questões respondidas.
Afinal, em um país onde 91% das propriedades rurais são até 4 módulos, continuar tratando os agricultores familiares como vulneráveis é um erro estratégico, afinal eles representam 77% do trabalho no campo, 10% do PIB e produzem 70% do alimento que o brasileiro consome. Esse setor tem muito potencial, porque além dos números que falam por si só, os agricultores familiares são demandadores de serviços, seja de engenheiros agrônomos, químicos, veterinários, médicos, insumos.. A agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios com até 20.000 habitantes. (dados IBGE 2018). Além disso, através do fortalecimento da agroecologia os modais de produção estão sendo substituídos aos poucos, se tornando cada vez mais sustentáveis, contribuindo para preservação do meio-ambiente.
Levando tudo isso em conta, algumas parcerias futuras foram discutidas. Primeiramente, devido às dificuldades dos agricultores e povos originários em acessar pesquisas e formações, pensamos na possibilidade de criar um grupo de multiplicadores indígenas através do curso oferecido pela EMBRAPA, visando a união do conhecimento técnico e biotecnológico com os saberes ancestrais dos povos originários, uma verdadeira troca de conhecimento. Também pensamos estratégias de fortalecer o banco de sementes da EMBRAPA e promover cursos para que essas práticas sejam replicadas nas aldeias, quilombos, assentamentos e locais de produção alimentar.
A EMBRAPA possui 42 unidades espalhadas em 24 unidades federativas e todas foram colocadas à disposição para trabalhos futuros, além de servirem de base para produção e distribuição de materiais gráficos e eletrônicos, visando maior informação e abrangência do conhecimento. Grandes frutos serão colhidos em breve.

Compartilhe via: