Nos dias 14 e 15 de fevereiro foi realizada a jornada pedagógica para as atividades escolares 2024 na Terra Indígena Caramuru Catarina Paraguassu, em Pau Brasil, no sul da Bahia. Foram 2 dias de imersão total em estudos e preparativos para garantir aulas de reforço escolar para 250 crianças indígenas do ensino fundamental durante todo o ano letivo. A organização do encontro foi da Coordenação da Educação Diferenciada da CONAFER, comandada por Gildinai Pataxó. Pelo projeto já existem há 4 anos na Caramuru, além de português, matemática, ciências, artes e o aprendizado do idioma Atxohã Bahetá, falado pelos Pataxó Hã-hã-hãe, os estudantes têm alimentação e material didático gratuito o ano todo. Ações na melhoria dos ambientes comunitários indígenas, valorização das tradições e da educação dos povos originários é uma missão que a Confederação cumpre com muito empenho e satisfação

O reforço escolar das crianças indígenas é um dos projetos mais importantes da CONAFER. Promovida há 4 anos pela CONAFER na Aldeia Indígena Caramuru, esta ação educacional tornou-se fundamental para melhorar os níveis de aprendizado das crianças da aldeia. 

A organização do encontro foi da Coordenação da Educação Diferenciada da CONAFER, comandada pela educadora indígena Gildinai Pataxó

A organização neste ano contou com a participação de 20 professores de toda a comunidade. O reforço escolar é um projeto inicialmente elaborado pelas professoras Lucimar Gomes de Freitas e Elenir Santos Silva. Lucimar e Eleni agora ganham o apoio de muitos professores, o que melhora o aspecto multidisciplinar do ensino fundamental. 

O reforço escolar é um projeto inicialmente elaborado pelas professoras Lucimar Gomes de Freitas (à direita de calça jeans) e Elenir Santos Silva (à esquerda)

Segundo a educadora e coordenadora da Educação Diferenciada da CONAFER, Gildinai Pataxó, “este ano passamos de um número de quatro professores, de quatro turmas, para o total de 20 turmas. Além da inclusão de outras aldeias, como Bahetá, Ourinho, Região das Alegrias, Taquari, Água Vermelha, Caramuru, Milagrosa e Rio Pardo. Em todas as regiões nós teremos aulas de reforço, no total de 250 estudantes. E todos alimentados com o trabalho de merendeiras”. 

Sobre a jornada pedagógica, Gildinai Pataxó afirmou que foi um sucesso desde “o desenvolvimento do material didático que vai ser utilizado durante esse período, elaborado pelos próprios professores, utilizando as temáticas da própria aldeia. Então, o material é muito rico, um suporte educacional que vai ajudar na evolução das nossas crianças”. 

Com iniciativas como esta, a Confederação dá exemplo de apoio às causas indígenas não por meio de discurso, mas de ações efetivas. O Território Caramuru Catarina Paraguassu têm recebido apoio total da CONAFER, beneficiando as crianças, os jovens, adultos e anciãos Pataxó Hã-hã-hãe. A Caramuru fica a pouco mais de 300 km da capital Salvador, e a 200 km de Porto Seguro, cidade onde estão os Pataxó, etnia com quem os Hã-hã-hãe têm uma relação histórica, pois ocupavam parte da região na invasão europeia de 1500, quando mais de mil portugueses, a bordo de 13 embarcações, chegaram em suas praias, até o desembarque em Coroa Vermelha, aldeia Pataxó, lugar paradisíaco da costa baiana onde foi realizada a Primeira Missa no Brasil.

Os Pataxó Hã-hã-hãe se espalham por várias aldeias em um amplo território de natureza exuberante, uma joia viva da Mata Atlântica. Localizada no sul da Bahia, a Terra Indígena Caramuru Catarina Paraguassu está entre os municípios de Pau Brasil, Camacã e Itaju do Colônia, na região entre o rio Cachoeira ou Colônia (norte) e o rio Pardo (sul). A TI é de usufruto do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe. Possui 54 mil hectares e foi delimitada em 1937 pelo Serviço de Proteção ao Índio. Atuar nas demandas vindas das comunidades indígenas, criar novas condições para seu desenvolvimento, e ao mesmo tempo lutar pelo bem-estar das suas famílias, na promoção da educação, da arte e da cultura, é uma missão da CONAFER.

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