A CONAFER está em Dubai para representar o segmento agrofamiliar brasileiro. Serão diversos encontros bilaterais apresentando projetos e programas que têm mudado a vida dos nossos pequenos produtores. Provavelmente, nenhum outro país tem um programa sustentável de melhoramento genético em mais de 3,5 mil cidades como o +Pecuária Brasil. Em parceria com a Sthorm, especialistas em tecnologias para biodiversidade global, a Confederação estará presente na vigésima oitava Conferência das Partes, a COP28, posicionando-se como voz do campo na defesa das questões ambientais. Recentemente a CONAFER lançou a plataforma Hãmugãy, ferramenta digital georreferenciada que vai revolucionar a proteção ambiental dos territórios indígenas. Já foi dado início à capacitação de indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores como brigadistas e vigilantes na proteção ativa dos ecossistemas, sendo verdadeiros guardiões do meio ambiente. Ao participar do maior fórum da biodiversidade do planeta, a CONAFER leva inúmeras ações e propostas na produção sustentável de alimentos e para proteção dos territórios originários, valorizando os conhecimentos socioambientais e culturais dos povos tradicionais, valores indispensáveis para o combate às mudanças climáticas, e que vão muito além do discurso
O que o mundo cobra da COP28 é o engajamento dos países participantes no objetivo de limitar o aumento da média de temperatura global a 1,5ºC, limite que foi acordado por quase 200 países em Paris há quase uma década. Do acordo, única forma de evitar os impactos do aquecimento global, espera-se o seu cumprimento. Este fórum é decisivo para o mundo avançar e agir com o rigor que o momento exige. Espera-se por parte das maiores potências, o financiamento climático suficiente para promover a inovação, a transferência de tecnologia e os programas fundamentais para recuperação florestal, da biodiversidade e de espaços ambientais críticos nos países mais pobres. É preciso proteger a natureza, e ao mesmo tempo explorar a terra com critérios socioambientais que impeçam a emissão de gases do efeito estufa nos patamares atuais.
A CONAFER participa de um dos fóruns mais importantes desta COP, o G77, e que inclui os chineses. O Grupo de 77 países foi criado em 1964. Do número inicial passou aos 134 atuais, habitualmente aliados com a China. É o bloco de negociação mais numeroso e atua não apenas no âmbito da UNFCC, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, mas em muitos outros fóruns da ONU. Tem uma presidência anual em sistema de rodízio e este ano é comandado por Cuba pela primeira vez.
Outra participação da Confederação é no encontro do LCD, dos Países Menos Desenvolvidos, com 46 países e, como o nome indica, reúne as nações mais pobres. Presidido pelo Nepal. A negociação por temas deixa o G77 e o LDC em lados diferentes em algumas ocasiões, mas faz parte do debate e da necessidade de convergências políticas, pois é o planeta que clama por ações reais. Outro fórum é o da Vulnerabilidade Climática (CVF), e que reúne 58 países que se declaram particularmente afetados pela mudança climática, com uma população total de 1,5 bilhão de pessoas. Fundado em 2009, é presidido atualmente por Gana.
CONAFER e Sthorm levaram para a COP28 uma tecnologia para ser usada na geração, custódia e distribuição global de ativos: a PlanetaryX. Com isso, cria-se uma plataforma tecnológica para a maior associação de pequenos e médios produtores agrícolas brasileiros, atuando de forma sustentável em uma área de milhões de hectares de floresta e de biomas de preservação permanente
Outros debates e propostas estão presentes na Aliança de Pequenos Estados Insulares (AOSIS). Fundado em 1990 pelas ilhas ou arquipélagos em desenvolvimento que consideram sua existência ameaçada pelo aumento do nível do mar. Reúne 39 estados nacionais que, embora tenham uma estrutura pequena, são muito ativos durante as conferências do clima. É presidido por Samoa, um Estado soberano da Polinésia, na Oceania, constituído por duas ilhas ocidentais, Savai’i e Upolu.
As expectativas que cercam a 28ª Conferência das Partes, transcendem as fronteiras nacionais e se concretizam como uma oportunidade para a comunidade global enfrentar os desafios ambientais. O ponto inicial deste percurso remonta à Cúpula da Terra, também conhecida como Rio-92 ou ECO-92, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Essa iniciativa teve como propósito abordar questões ambientais e integrar o desenvolvimento econômico à preservação ambiental. A conscientização mundial acerca das mudanças climáticas ganhou impulso a partir desse marco, culminando na criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima (UNFCCC) no mesmo ano. A UNFCCC estabeleceu a estrutura para as subsequentes Conferências das Partes (COPs), onde líderes mundiais se reúnem para discutir e negociar ações globais em resposta às mudanças climáticas.
Veja alguns dos projetos e programas de sustentabilidade que a CONAFER está apresentando durante a COP28:
CONAFER & STHORM
CONAFER e Sthorm assinaram um acordo de cooperação inédito para levar tecnologia sustentável aos pequenos e médios produtores agrícolas brasileiros. A Sthorm tem expertise em inteligência multidisciplinar, por isso desenvolve soluções científicas e tecnológicas para desafios globais críticos. Ao se firmar esta parceria, capitaliza-se a grande capilaridade da Confederação entre associações de agricultores e comunidades tradicionais.
A colaboração entre CONAFER e Sthorm vai promover o desenvolvimento sustentável e a justiça social nos espaços agrofamiliares e territórios indígenas de Norte a Sul do Brasil, com ênfase especial na bioeconomia. As duas empresas já estão executando planos de trabalho, em uma missão conjunta na preservação, conservação e proteção dos biomas nativos, apoiando agricultores familiares e os povos tradicionais, promovendo práticas que garantam sua dignidade e permanência nos territórios.
+FLORESTA BRASIL
O Acordo de Cooperação Técnica entre a Confederação e o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tem como efetivo o engajamento na regularização ambiental das propriedades agrofamiliares, envolvendo a implantação da recuperação de florestas e de tecnologias agroecológicas, conforme as diversas ações do plano de trabalho.
A força da floresta está presente em tudo e simboliza a vida, daí sua importância para os agrofamiliares, que apesar do volume de território bastante expressivo, como as terras indígenas por exemplo, nunca tiveram uma oportunidade de fazer uma economia com esta floresta utilizando os royalties da bioeconomia, gerando valor com os ativos florestais pela repartição de benefícios. Pelo +Floresta Brasil, a condição para produção e comercialização é estar em dia com o meio ambiente.
+PECUÁRIA BRASIL
O programa +Pecuária Brasil é uma parceria entre a CONAFER e a Alta Genetics, empresa líder mundial em inseminação, desempenhando um papel fundamental na melhoria das condições socioeconômicas da pecuária familiar em todas as 5 regiões brasileiras, 27 estados e 3,5 mil cidades. O programa se transformou em símbolo de uma nova realidade no campo. Um novo cenário em que a qualidade do rebanho e o crescimento da produção do gado, tanto de corte quanto de leite, subiram de patamar, contribuindo para o aumento da renda dos pequenos produtores e do crescimento de todo o segmento da bovinocultura brasileira.
Depois de 2 anos do primeiro acordo de cooperação técnica efetivado pelo +Pecuária Brasil, os resultados impressionam. Recentemente nasceu o bezerro de número 10 mil do programa. Depois do décimo milésimo, outros 22 mil bezerros devem nascer em breve. Uma das principais características que tornam o programa +Pecuária Brasil tão eficaz é a assistência técnica gratuita especializada aos produtores familiares. O produto final é a efetiva prenhez do animal. Os produtores também têm acesso às orientações de especialistas que permitem implementar práticas modernas de manejo, nutrição e sanidade animal. Isto é fundamental na saúde do rebanho, melhorando a produtividade. Um programa totalmente sustentável e que contribui para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
+GENÉTICA NO SERTÃO
O sucesso do +Pecuária Brasil se estende agora para o semiárido brasileiro. Uma região imensa formada pelos estados nordestinos e uma parte de Minas Gerais. Um bioma marcado pelas dificuldades históricas de produção devido às secas, e que vai passar a receber uma grande dose de tecnologia para impulsionar a bio produção de caprinos e ovinos, em milhares de cidades.
A bio tecnologia da inseminação artificial do +Genética no Sertão vai atuar no aumento de produção de arrobas por hectare dos rebanhos, no rendimento da carcaça, na fertilidade, na eficiência alimentar, na resistência a doenças, no crescimento socioeconômico e socioambiental de toda a cadeia produtiva O melhoramento genético diminui o custo enquanto aumenta a produção sustentável dos rebanhos. Ganham os produtores e o meio ambiente.
+PESCADO BRASIL
A CONAFER e o Instituto Terra e Trabalho (ITT) criaram o +Pescado Brasil para desenvolver o setor pesqueiro no país de forma sustentável, melhorando a eficiência na produção e o ganho de escala. O programa tem como objetivo promover a produção sustentável por meio do manejo da pesca e do cultivo de espécies nativas pelos agricultores familiares e comunidades tradicionais brasileiras. O Brasil tem mais de 1 milhão de pescadores artesanais espalhados por praias, rios, lagoas e igarapés por todo o seu território. Em 2023, as Nações Unidas, por meio da Food and Agriculture Organization for The United Nations (FAO), destacaram no Ano Internacional da Pesca e da Aquicultura Artesanais, a relevância da pesca na alimentação e na subsistência de comunidades em todo o mundo. No Brasil, nossos agrofamiliares pescadores são responsáveis por 85% do pescado produzido em todo o território nacional.
+MELIPONA BRASIL
A CONAFER e o Instituto Terra e Trabalho (ITT) criaram o +Melipona Brasil. O programa nasceu para atender a região Norte, em 27 municípios, mas já chegou no Centro-Oeste. Recentemente, o +Mais Melipona começou suas atividades na capital federal, Brasília, iniciando a coleta de dados de produção e logística diretamente com meliponicultores da região, estabelecendo parcerias com os produtores para fortalecer a produção de mel sustentável no país. A meliponicultura consiste na criação racional de abelhas nativas sem ferrão, e por isso, além de preservar as espécies, promove a produção sustentável de mel nativo e seus derivados. Uma colmeia da abelha nativa Jataí foi a primeira aquisição do Meliponário que está sendo montado no ITT. Esta colmeia será um dos embriões para a reprodução e multiplicação de colônias que servirão na implementação do programa +Melipona em todo o Brasil.
O Meliponário no ITT, além de iniciar a sua produção de colônias, servirá de espaço para exposição e educação socioambiental de todo público interessado nos programas da CONAFER. O +Melipona Brasil tem dois eixos temáticos: Meliponicultura Sustentável, com ações para desenvolvimento da atividade; e Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, abrangendo educação socioambiental, cidadania, soberania alimentar e nutritiva para os produtores e programas de inserção do mel na alimentação escolar.
APP HÃMUGÃY
A CONAFER lançou em sua sede, em Brasília, a plataforma Hãmugãy, uma ferramenta digital georreferenciada que vai revolucionar a proteção ambiental dos territórios originários. Em forma de aplicativo, o Hãmugãy vai capacitar indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores na proteção ativa dos ecossistemas, permitindo que guardiões tradicionais compartilhem informações valiosas, fundamentais para a preservação ambiental.
A Confederação vai capacitar indígenas em todo o país para atuar no monitoramento de suas áreas. O projeto tem a parceria da empresa Sthorm, um centro de inteligência brasileiro que se dedica ao desenvolvimento tecnológico e às descobertas científicas para resolver problemas globais. Um acordo de cooperação técnica foi selado entre a CONAFER e a Sthorm para unir tecnologia e sustentabilidade na geração de ativos ambientais. O Hãmugãy é o primeiro produto deste parceria já pronto para ser implantado em todo o Brasil e globalmente.
GUARDIÕES DO MEIO AMBIENTE
O BRICs, o Programa de Capacitação dos Guardiões Ambientais nos Territórios, tem como meta formar brigadistas para atuarem na prevenção e no combate aos incêndios florestais, com amplo conhecimento dos protocolos de monitoramento e das primeiras ações em campo. Executado pela Secretaria Nacional de Políticas para Monitoramento e Segurança no Campo, da CONAFER, o BRICs vem formando Brigadas Comunitárias e equipes de Vigilância Territorial, capacitando os indígenas no combate, manejo no território e monitoramento das áreas a serem reflorestadas, com formações continuadas para efetivar uma rede de brigadas rurais, quilombolas e indígenas utilizando os conhecimentos do Manejo Integrado do Fogo e os princípios do Sistema de Comando de Incidentes (SCI).
As brigadas comunitárias são fundamentais para a proteção e a gestão de seus territórios. Nesse modelo a comunidade é protagonista no planejamento das atividades de prevenção, preparação e combate às queimadas, o que contribui para a diminuição nos impactos dos incêndios florestais, além de ajudar na redução dos prejuízos econômicos, sociais e socioambientais.