As agricultoras indígenas de São Gabriel da Cachoeira-AM, por meio da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMIARN) já iniciaram os protocolos no processo de fornecimento de produtos agrícolas de suas comunidades para o Programa Mais Alimentos, o PAA. A AMIARN da etnia baré trabalha com coletivos de mulheres de Tabocal dos Pereira, Sítio Mangari, Sítio Laranjal, Sítio Novo Horizonte e São Francisco de Sales, Juriti, Itaporanga, Mabe, Sítio Acará, São Gabriel Mirim e Terra Indígena Cué Cué. Pelo programa, as produções destas agricultoras indígenas serão adquiridas pelo governo federal para serem entregues às pessoas em vulnerabilidade alimentar, como as escolas do Alto Rio Negro que não recebem merenda escolar da prefeitura de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Agora, após o trabalho de inclusão das produções indígenas no PAA, uma equipe da CONAFER, do grupo de trabalho Puriminari Muatirisá (mensageiro do Deus Baré Napirikuri) e ligado à gerência executiva Mais Parente nas Aldeias, sobe o Rio Negro para coletar informações e as assinaturas do Termo de Compromisso do Beneficiário Fornecedor, para a liberação do recurso já para início das compras
Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMIARN), de São Gabriel da Cachoeira, incluída na chamada do PAA, vai potencializar a fonte de renda das comunidades e garantir a segurança alimentar para combater a fome das famílias com dificuldades em obter as políticas públicas na região.
A AMIARN da etnia baré trabalha com coletivos de mulheres em um território medindo 789 mil hectares, ocupado tradicionalmente pelo povo Baré no Alto do Rio Negro há centenas de anos, caracterizada pela diversidade socioambiental com os sistemas agrícolas tradicional para subsistência, mas também com ciclos e práticas de pesca e abundante produção agroecológica, que inclui abóbora, alface, tomate, banana, batata doce, milho, chuchu, couve, mandioca, feijão, maxixe, melancia e quiabo, alguns dos produtos que serão adquiridos diretamente dos indígenas para entrega às pessoas em vulnerabilidade alimentar.
A viagem do grupo de trabalho Puriminari Muatirisá, ligado à gerência executiva do Mais Parente nas Aldeias, da Diretoria de projetos e Ações Integrada Para os Povos da Conafer, já teve início rumo às comunidades indígenas na abrangência da associação AMIARN. Após as assinaturas do Termo de Compromisso do Beneficiário Fornecedor, o processo de compras será efetivado. Esta conquista é resultado de um diagnóstico realizado em maio deste ano pela equipe da CONAFER. Hoje, estamos celebrando o resultado deste apoio às comunidades indígenas do Alto Rio Negro, principalmente às familias filiadas à Confederação. É uma grande satisfação ver o barco subindo as águas do Rio Negro levando este projetos até à mulheres indígenas Baré, Tukano e Baniwas.
A expedição do programa +Parente Nas Aldeias, realizada entre os dias 16 e 31 de maio de 2023, revelou a importância e urgência de ações para o desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas da região amazônica. A iniciativa contou com a participação da Secretaria Nacional Indígena e da Secretaria Nacional da Amazônia Legal da CONAFER, que se deslocaram de Brasília rumo às cidades de São Gabriel da Cachoeira e Barcelos, no Amazonas. O principal objetivo da expedição foi realizar visitas e levantamentos técnicos em aldeias das etnias Yanomami, Baré, Baniwa, Tukano e outros povos, a fim de coletar informações in loco para a adoção de medidas e políticas públicas voltadas à realidade dos parentes das regiões visitadas.
O Programa +Parente nas Aldeias, uma iniciativa da Diretoria de Projetos e Ações Integradas para os Povos da CONAFER, é um programa que busca transformar vidas por meio de ações concretas e tem como missão fortalecer a autonomia aos povos indígenas nos diversos biomas brasileiros, vendo as carências de cada comunidade e transformando-as em um diagnóstico de demanda. Seu objetivo principal é atender e articular para que a voz dos povos seja ouvida, potencializando projetos que estejam de acordo com a realidade de cada grupo indígena, melhorando a segurança alimentar e a fonte de renda sustentável, além de promover oficinas de associativismo e cooperativismo, capacitando os povos indígenas desde a elaboração de projetos até a captação de recursos e gestão dos mesmos. Destaca-se também o fortalecimento do empreendedorismo sustentável entre as mulheres e os jovens, incentivando o desenvolvimento de projetos de vida que mantenham suas raízes étnicas.