Nesta terça-feira, 15 de abril, comemoramos o Dia Nacional da Conservação do Solo. A data foi instituída pelo Decreto de Lei nº 7.876, de 13 de novembro de 1989, de iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA. O dia 15 de abril foi escolhido para homenagear Hugh Hammond Bennett, um pesquisador dos Estados Unidos que ficou conhecido como o pai da conservação do solo. Ele foi o primeiro a liderar ações para cuidar do solo em seu país e serviu de exemplo para o mundo. Esse dia tem como objetivo fazer as pessoas pensarem sobre como é importante usar o solo de forma correta, para produzir alimentos e proteger o meio ambiente. A CONAFER, por meio da Secretaria Nacional de Povos, Comunidades Tradicionais e Política Social da CONAFER, a SEPOCS, apoia de forma permanente a produção sustentável com a agricultura familiar nas aldeias de todo o país, inclusive na aldeia Bahetá, em Itaju do Colônia, Bahia
O Dia Nacional da Conservação do Solo é uma oportunidade para lembrar da importância de cuidar bem da terra, que é essencial para plantar alimentos, manter a natureza viva e garantir um futuro melhor. O solo é um recurso natural que pode se desgastar se for usado de forma errada, por isso é importante aprender a usá-lo com cuidado. Essa data ajuda a despertar a consciência das pessoas sobre a necessidade de proteger o solo, tanto no campo quanto nas cidades, para que ele continue saudável e produtivo por muitos anos. A agricultura familiar praticada pelos indígenas se relaciona diretamente com essa conservação, pois utiliza práticas tradicionais sustentáveis, como rotação de culturas e respeito aos ciclos da natureza, preservando a fertilidade do solo e a biodiversidade.

Colaboradora da SEPOCS regando a plantação da aldeia Bahetá, na Bahia
Sabendo dos benefícios da agricultura familiar para a conservação do solo, neste mês de abril, a equipe da SEPOCS da CONAFER ajudou o povo Pataxó Hã-hã-hãe com produções agrícolas na horta da aldeia Bahetá, localizada na Região das Alegrias, na Terra Indígena Caramuru, em Itaju do Colônia, Bahia. Esse apoio envolveu todas as etapas do cultivo, desde a capinagem e limpeza do local até o plantio de sementes e a rega das plantações. A ação reforça a importância do trabalho coletivo e do uso sustentável da terra, valorizando os saberes tradicionais e contribuindo para a preservação do meio ambiente.

A agricultura familiar é muito importante para os povos indígenas, pois garante a segurança alimentar, fortalece a cultura tradicional e contribui para a preservação da natureza. Por meio de técnicas sustentáveis passadas de geração em geração, como o uso de sementes crioulas, o manejo consciente do solo e o respeito aos ciclos naturais, os indígenas cultivam os alimentos de forma equilibrada com a terra. Além disso, essa prática fortalece a autonomia das comunidades, é fonte de renda, preserva a biodiversidade e valoriza os conhecimentos ancestrais, que são essenciais para a conservação dos recursos naturais. Essa prática tradicional mostra a preocupação dos povos originários em respeitar o meio ambiente, produzindo de forma sustentável e colaborando para a conservação do solo e dos outros elementos da natureza.

O uso de agrotóxicos, desmatamento e outras atividades feitas sem cuidado podem deixar o solo fraco, poluído e sem vida, dificultando o crescimento das plantas e prejudicando o meio ambiente. Esses produtos químicos matam os microrganismos que ajudam a manter a terra saudável e podem até contaminar a água. A agricultura familiar, feita com respeito à natureza nas aldeias indígenas, é uma forma de combater esse problema. Por isso a SEPOCS apoia o uso de adubo natural, rotação de culturas e o plantio sem veneno, ajudando a manter o solo vivo, fértil e produtivo por muito tempo.

A CONAFER entende a importância da conservação do solo, principalmente porque as aldeias dependem deste recurso para a produção de alimentos com a agricultura familiar, que alimenta 70% do mercado interno do Brasil. Por meio da SEPOCS, a Confederação incentiva esta prática sustentável, preservando a biodiversidade e as tradições das aldeias indígenas. Com ações como a realizada na aldeia Bahetá, a CONAFER reafirma seu compromisso com a valorização dos povos originários, promovendo o fortalecimento da agricultura indígena e a proteção dos recursos naturais, fundamentais para a vida e para o planeta.
Neste Dia Nacional da Conservação do Solo, é preciso que todos reflitam sobre a necessidade de cuidar da natureza e usar os recursos naturais com responsabilidade. O solo é a base da vida e precisa ser preservado para garantir alimentos saudáveis, água limpa e um meio ambiente equilibrado. Nesse contexto, é fundamental reconhecer o papel dos povos originários, que há séculos praticam formas sustentáveis de cultivo, respeitando os ciclos da terra e preservando a biodiversidade. Que essa data sirva para valorizar esses saberes ancestrais e destacar a importância de conservar o solo.