Na última quarta-feira a CONAFER recebeu a ilustre presença de Joel da Yamaha, vereador, vice-presidente da Câmara dos Vereadores e ex Secretário de Agricultura, Indústria e Comércio da cidade de Ariquemes em Rondônia, conhecida como a Capital do Tambaqui.
Ele foi recebido pelo Secretário Geral e Secretária Nacional de Agroecologia, Meio-Ambiente e Políticas Agrárias da CONAFER. A reunião foi muito frutífera, foi discutido a necessidade de mecanismos menos burocráticos para emissão dos documentos que fazem as famílias agricultoras terem acesso às políticas públicas, créditos e fomentos. Através dos sindicatos da CONAFER já conseguimos autonomia suficiente pra emitir esses documentos de maneira eficaz. Conversamos sobre avanços na região através das associações e sindicatos e a criação de uma federação de Rondônia que atenda as demandas do trabalhador rural.

Joel concordou em nos conceder uma breve entrevista sobre seu trabalho e sua região. Confira abaixo.
Joel da Yamaha: Primeiramente gostaria de estar aqui na CONAFER, foi muito gratificante pra mim conhecer esse trabalho que vocês fazem pelo Brasil afora. To muito feliz.
Redação CONAFER: Quais são as maiores produções que você tem dentro da cidade de Ariquemes e o que você como parlamentar está fazendo para melhorar essas produções?
JY: Nós lá em Ariquemes temos trabalhado muito, eu mesmo já fui Secretário da Agricultura, Indústria e Comércio e trabalhei muito a questão da produção, da ramificação do pequeno agricultor e assim valorizando com horas-máquina e agroindústria. Nós somos hoje, nosso estado de Rondônia, o maior produtor de peixe de água de represa. Somos o maior produtor de Tambaqui, a Capital do Tambaqui! Então nós temos trabalhado pra fomentar essa economia e industrializar o produto in natura. Como é o caso do plantio da mandioca e dos peixes. Esse é nosso foco no momento. Outro ponto que buscamos agora é a emissão de DAPs na nossa região, coisa que com o apoio da CONAFER será possível fazer. Vamos organizar sindicatos na cidade para esse fim e criar a Federação da Agricultura Familiar em Rondônia para facilitar a vida do pequeno agricultor.
RC: Estaremos juntos nessa conquista com certeza! Sabe, achei muito interessante sua fala, principalmente o potencial da aquicultura na região. Conta pra gente como foi que Ariquemes se tornou a “Capital do Tambaqui”.
JY: Hoje Ariquemes é a Capital do Tambaqui graças a uma lei municipal de minha autoria. Como fui Secretário de Agricultura e tinha conhecimento dessa grande produção, criei esse projeto de lei como uma forma de divulgar nossa cidade que é o pólo do Vale do Jamari. Das cem mil toneladas de peixe que saem do estado de Rondônia, 50% é da nossa região, principalmente da cidade de Ariquemes. Hoje na nossa cidade nós temos os maiores produtores de peixe em cativeiro. Tem produtor de peixe com mais de mil hectares de lâmina d’água. Nós precisamos agregar mais valor a esse peixe, pois ele sai de lá in natura para todas as outras regiões. Industrializando esse peixe, agregaremos valor e conseguiremos gerar mais emprego no município e no estado.
RC: Você visualiza muitas coisas boas para o futuro dessa produção de peixes. Quais são as suas estratégias pra de fato chegar nesses objetivos?
JY: O que nós precisamos pra chegar na industrialização e no cultivo desse peixe de forma técnica, primeiramente, é uma parceria com a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil pois acredito que através de vocês teremos mais acesso e conhecimento das políticas públicas que provêm essa assistência técnica. O pequeno agricultor e aquicultor tendo sua DAP e podendo acessar o PRONAF já vai ajudar muito no fomento do setor e isso são coisas que podemos construir juntos.
RC: Muito bom. Queria saber agora quais experiências que deram certo na sua região e você traria como sugestão para nível nacional?
JY: Bem, eu acredito que no tocante à agricultura familiar e pequena produção, técnicas de industrialização tem se provado eficazes para agregar valor ao produto e gera mais empregos. Por exemplo, uma pequena agroindústria de polpa de fruta, pra pegar o produto e industrializar vai ocupar de 2 a 3 pessoas, gerando uma renda maior para o produtor e para essas pessoas, sem grandes custos.
RC: Nesse processo que você vem trabalhando da agroindústria familiar, quais são as maiores dificuldades que você tem enfrentado?
JY: Com certeza a questão da burocracia e das documentações. Para um pequeno agricultor pegar uma DAP lá na região é um grande processo burocrático, por isso estou feliz de estar aqui hoje junto à CONAFER que realiza esse trabalho de maneira rápida e eficaz através de seus sindicatos. Vamos avançar nisso com certeza! Em no máximo dois meses já quero estar com os sindicatos e associações emitindo as DAPs pros nossos agricultores familiares de Ariquemes, assim dando uma sustentabilidade maior, ajudando a conseguir uma linha de financiamento através do PRONAF e tantas outras políticas públicas.
RC: Os agricultores familiares e produtores da região agradecem! Pra finalizar, pedimos que você deixe sua mensagem aos agricultores familiares de todo o Brasil.
JY: Cabeça erguida! Nosso país vai avançar! Estamos empenhados em trabalhar nessa questão da burocracia que nas últimas administrações tem se provado um verdadeiro gargalo do desenvolvimento local. Através do documento da sua terra, você, pequeno agricultor que está no nordeste, sudeste, sul, norte e centro-oeste irá conseguir pegar seu financiamento e desenvolver seu próprio negócio dentro da agricultura familiar. Acredito que junto a CONAFER nosso país avançar através da agricultura familiar!

Compartilhe via: