da Redação
Da série de matérias sobre as ações das secretarias nacionais e coordenações regionais da CONAFER para 2020, chegou a vez de falar de quem trata da terra, da origem, da ancestralidade de uma nação livre e soberana, a Secretaria de Questões Indígenas.
Da Reunião de Planejamento Anual da CONAFER no Território Livre Girassóis, sede da Secretaria de Agroecologia, Meio Ambiente e Políticas Públicas da CONAFER, novas e importantes demandas foram passadas para a Secretaria que trata exclusivamente dos povos originários. Apresentamos as suas diretrizes nesta entrevista que a SECOM fez com a sua direção.
SECOM:
Qual o papel da Secretaria de Questões Indígenas no trabalho da CONAFER pela agricultura familiar e empreendedorismo rural?
SQI:
O seu papel principal é lutar em defesa das demandas vindas das comunidades Indígenas do Brasil, criando novas condições para seu desenvolvimento, ao mesmo tempo lutando pelo seu bem-estar e o bem-viver destas comunidades, tanto na agricultura familiar sustentável, como no seu empreendedorismo. O objetivo é garantir a autossustentabilidade e autonomia, para não depender de ações governamentais. Na maioria as comunidades é preciso unir propostas e práticas que proporcionem o seu crescimento a partir das riquezas que estão em seu próprio território.
SECOM:
Quais ações da Secretaria para cumprir os objetivos de 2020 da CONAFER?
SQI:
Estamos trabalhando com o foco em assegurar o direito a uma educação livre para nossas crianças e jovens, quer pela qualidade, quer pelo respeite às nossas línguas, valorizndo nossas tradições. Como a ação de construir alternativas de produção sustentável em diversas aldeias a partir das variáveis cultura, reflorestamento e artesanato.
Nossa ação permanente, como Secretaria de uma Confederação, é garantir uma política pública indigenista que contribua efetivamente para a promoção, o fomento e a garantia dos direitos constitucionais. Assim, planejamos, implementamos e monitoramos de forma participativa, dialogando com nossas organizações, respeitando as diversidades e as pautas dos povos originários.
SECOM:
Quais oportunidades da Secretaria diante da conjuntura nacional e internacional por conta das mudanças que ocorrem no mundo, como por exemplo, um novo modelo de consumo mais sustentável e saudável?
SQI:
Diante das mudanças que ocorrem no mundo, a Secretária de Questões Indígenas está aberta para repensar novas formas de produção sustentável nas comunidades Indígenas, buscando valorizar todos os segmentos produtivos que existem nas comunidades. Temos que pautar novas ações com base nas especificidades, diversidades e no contexto social de cada povo, respeitando os conceitos de família, educação e trabalho na terra. Neste novo cenário que surge, vamos reafirmar o nosso compromisso de fortalecer as alianças em todos os setores da sociedade, do campo e da cidade, da floresta e das águas, que também são atacadas em seus direitos e formas de existência.
SECOM:
Como a Secretaria encara a missão que se impõe da agricultura familiar cuidar das famílias brasileiras?
SQI:
Temos a responsabilidade de plantar, transmitir, transcender e compartilhar nossos conhecimentos, assim como fizeram nossos ancestrais, e todos os que nos antecederam, contribuindo para o fortalecimento da nossa luta. Ao unir os povos indígenas, criamos melhores condições de representação e proteção dos seus territórios, fundamental para uma produção sustentável e para as demandas das famílias brasileiras. Os povos indígenas são os responsáveis pela manutenção do seu solo sagrado, e para isso serão sempre guerreiros em defesa de suas origens e da Mãe Terra.
A Confederação da Agricultura Familiar