O assassinato em setembro de 2022 da indígena Ariane Oliveira Canteiro, de 13 anos, neta do cacique Getúlio de Oliveira, da aldeia Jaguapiru, em Dourados, foi mais um capítulo da agonia que vive o povo Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Agora, os assassinos de Ariane voltam a atemorizar a família do cacique Getúlio. Desta vez, a promessa dos autores do crime é de assassinar a família inteira. Em gravação de vídeo, a mãe de Ariane, Aldinéia Oliveira, pede aflita por ajuda (veja o vídeo no final da matéria). É um pedido desesperador, mas que infelizmente não encontra eco nos órgãos que deveriam proteger o povo indígena. Os indígenas sul-mato-grossenses, os Guarani Kaiowá, assim como os povos originários de todo o país, vivem sob ameaças de milícias, invasores de territórios e grupos armados para eliminá-los

O Mato Grosso do Sul é o segundo estado onde ocorre mais crimes contra indígenas. Outras 3 execuções ocorreram na mesma época do assassinato de Ariane, e tudo segue o mesmo rito: nada é feito para impedir despejos ilegais, ameaças, estupros, agressões e mortes. 

Ataques com bombas de efeito moral, incêndios das casas e pulverização por agrotóxicos são comuns nas aldeias Guarani Kaiowá

Em 2021, Raíssa Cabreira Guarani Kaiowá, de 11 anos, e Daiane Griá Sales, do povo Kaingang, de 14 anos, foram estupradas e mortas. Agora, a mãe da adolescente Ariane, brutalmente morta no ano passado, Aldinéia Oliveira, pede socorro e urgência para evitar que a família toda seja assassinada. Esta agonia não tem fim.

Cacique Getúlio de Oliveira, da aldeia Jaguapiru, em Dourados, teve a neta Ariane assassinada e agora recebe ameaças de assassinato de toda a família

A CONAFER enviou ofícios ao Ministério dos Direitos Humanos, à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul, Defensoria Pública e Polícia Federal para que atuem com urgência, e energicamente, pela defesa e proteção da família do cacique Getúlio de Oliveira, da aldeia Jaguapiru.

Veja abaixo o vídeo da mãe de Ariane, Aldinéia Oliveira, pedindo desesperadamente por ajuda:

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