Nesta quinta-feira, 1º de maio, é comemorado o Dia do Trabalho. A data tem origem nas lutas operárias do final do século XIX, especialmente nos Estados Unidos, onde trabalhadores reivindicavam melhores condições de trabalho e a jornada de 8 horas diárias. A data tornou-se símbolo das conquistas e da resistência da classe trabalhadora em todo o mundo. Esse momento também é uma oportunidade de reconhecer a importância do trabalho no campo e o papel fundamental dos produtores rurais, agricultores familiares e artesãos na produção de alimentos, na preservação de saberes tradicionais e na sustentação da economia brasileira. Valorizar essa data é também reconhecer a dignidade do trabalho rural e nas pequenas produções, que muitas vezes enfrentam desafios como o acesso a recursos, políticas públicas e condições justas de comercialização. Do indígena artesão aos pecuaristas e lavouristas, no Dia do Trabalho devemos reconhecer o esforço coletivo destes operários do campo e da terra, que garantem não apenas a preservação do meio ambiente e da cultura, mas também o alimento que chega à mesa das famílias brasileiras
Segundo o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, a agricultura familiar representa 77% dos estabelecimentos agrícolas do país, totalizando cerca de 3,9 milhões de propriedades. Mesmo ocupando apenas 23% das terras, esse segmento é responsável por 67% das ocupações no campo, empregando mais de 10 milhões de pessoas, e contribui com 23% do valor bruto da produção agropecuária nacional. Além disso, a agricultura familiar é fonte de renda de 90% dos municípios com até 20 mil habitantes, o que comprova a importância desta atividade. Neste 1º de maio, a CONAFER reconhece os trabalhadores do campo, e apoia de forma permanente os pequenos produtores rurais, pecuaristas, lavouristas, artesãos e agricultores facilitando o acesso a recursos, assistência técnica e condições justas de comercialização.

Foto: CONAFER
Só em 2024, por exemplo, a Diretoria de Projetos e Ações Integradas para os Povos da CONAFER conquistou mais de 7 milhões em PAA, o Programa de Aquisição de Alimentos, para as aldeias indígenas de todo o país. Esta iniciativa valoriza a produção local, gerando renda para os produtores indígenas que cultivam os alimentos em seus próprios territórios. Assim, o PAA cumpre sua missão de integrar as comunidades indígenas ao processo produtivo, ao mesmo tempo em que combate a fome e a vulnerabilidade alimentar dessas populações. A coordenação do processo de aquisição e recebimento do PAA é do programa Mais Parentes nas Aldeias da CONAFER, que busca transformar vidas por meio de ações concretas e tem como missão fortalecer a autonomia aos povos indígenas nos diversos biomas brasileiros, vendo as carências de cada comunidade.

Foto: CONAFER
A ajuda da CONAFER também alcança os artesãos, por meio da Casa do Agricultor e do Indígena Artesão, em Mâncio Lima, no Acre, e em Porto Velho, Rondônia. Esta iniciativa surgiu por meio da identificação do desafio de escoamento dos artesanatos feitos por agricultores familiares e indígenas. Com uma comunidade envolvida não só na agricultura, como também na fabricação artesanal, a CONAFER busca apoiar o comércio dos produtos feitos à mão. Por isso, foi idealizada uma forma de facilitar a venda desses itens, oferecendo uma alternativa sustentável para os povos locais. A ideia é oferecer espaços dedicados à exposição e venda dos produtos artísticos das aldeias, promovendo a cultura indígena por meio do artesanato, sem explorar os produtores. Logo, os colaboradores definem preços acessíveis para que os produtos não fiquem parados nas prateleiras, garantindo o retorno financeiro rápido para os povos originários.

Foto: CONAFER
O compromisso da Confederação com os trabalhadores do campo também é expresso por meio do programa de melhoramento genético +Pecuária Brasil, que apoia mais de 20 mil famílias de pequenos pecuaristas brasileiros na produção sustentável de gados mais fortes e saudáveis. Com o programa +Pecuária Brasil, rebanhos de todo o país passaram por um salto tecnológico sem precedentes, com ganhos significativos em produtividade, qualidade genética e geração de renda. Em apenas quatro anos de execução, o programa já resultou no nascimento de 230 mil bezerros melhorados geneticamente, após mais de 475 mil inseminações artificiais realizadas em propriedades rurais de mais de 4 mil municípios, em todas as regiões do país.

Os produtos do melhoramento genético obedecem a todos os protocolos de exportação, sendo alternativa para melhorar a competitividade do setor – Foto: CONAFER
Neste 1º de maio, Dia do Trabalho, é preciso reconhecer e valorizar quem vive do trabalho no campo, com as mãos na terra, no artesanato e na criação de animais. Os produtores rurais, agricultores familiares, artesãos e pecuaristas são muito importantes para a economia e para a cultura brasileira. Por meio de ações concretas, como o apoio ao PAA, à venda de artesanato e ao melhoramento genético dos rebanhos, a CONAFER mostra que acredita na força do trabalho dos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, assentados, acampados, pescadores, pecuaristas e lavouristas. Celebrar essa data é também reafirmar o compromisso da Confederação de garantir dignidade, respeito e oportunidades para quem produz com esforço, tradição e amor pela terra.