O Dia Mundial da Água é um alerta contra o gasto desmedido do recurso biológico que dá vida a tudo que respira, voa, anda, nasce, cresce e se desenvolve em nosso mundo. Ele foi instituído em 1992 pela ONU, exatamente para uma importante reflexão e conscientização sobre a importância do elemento mais importante da natureza para a sobrevivência de todos os ecossistemas da Terra. Das 8 bilhões de pessoas no mundo, 2 bilhões não têm acesso à água potável. Apesar de 70% da superfície da Terra ser coberta por água, quase a totalidade do volume é salgado, o que impede o consumo humano. De acordo com a ONU, crianças com idade inferior a 5 anos têm 20 vezes mais chances de morrer de doenças relacionadas à água imprópria e falta de saneamento. Se nada for feito agora, até 2050 serão 5 bilhões de pessoas sem acesso à água de qualidade para uma população global de 10 bilhões
Da água existente no planeta, apenas 2,5% é água doce. A maior parte está nas geleiras (69%), outra parte nas águas subterrâneas (30%) e apenas 1% encontra-se nos rios e lagos, onde são tratadas para o consumo humano. Se cada pessoa necessita de 40 litros de água todos os dias para as suas atividades, como beber, tomar banho e cozinhar, temos um claro esgotamento dos recursos hídricos muito sério para a humanidade. Até 2030, vamos precisar de 40% a mais de água. Ou preservamos o recurso ou sucumbimos à sua escassez.
O 1% de água doce disponível é distribuído de forma desigual pelo mundo e a maior parte está disponível em apenas 10 países: Brasil, Canadá, China, Colômbia, Congo, EUA, Índia, Indonésia, Peru e Rússia
O Brasil, por exemplo, é um país privilegiado por dispor de mais água doce do que qualquer outro país no mundo, abrigando a maior bacia hidrográfica do planeta, a Bacia do Rio Amazonas. Por isso, devemos ter um compromisso ainda maior com esse bem tão precioso, evitar desperdícios e trabalhar para que todas as pessoas tenham acesso. Um exemplo de uso responsável da água, vem da agricultura familiar na produção de alimentos, que além de garantir a segurança alimentar do país, contribui para a preservação do ambiente natural e dos recursos hídricos que o compõe.
Da água existente no planeta, apenas 2,5% é água doce. O Brasil é o país que dispõe da maior quantidade de água doce no mundo
A água é fundamental também quando falamos em saneamento básico. 4,5 bilhões de pessoas, de acordo com a ONU, não dispõem de saneamento seguro no mundo. Hoje, infelizmente de cada 100 pessoas do planeta, 26 não têm acesso à água potável de forma regular. Se nada for feito agora, até 2050 serão 5 bilhões de pessoas sem acesso à água de qualidade para uma população global de 10 bilhões. Estes dados fazem parte do relatório da Organização das Nações Unidas já em 2018.
De acordo com a ONU, crianças com idade inferior a 5 anos tem 20 vezes mais chances de morrer de doenças relacionadas à água imprópria
Esta escassez vem se agravando desde os anos 80, principalmente com as grandes irrigações das imensas lavouras, a velocidade da industrialização e as perdas dos sistemas de abastecimento das grandes cidades, ou por falta de sistemas de esgotos nas periferias, ou por ausência de uma consciência coletiva sobre o uso da água.
São 4,5 bilhões de pessoas, que de acordo com a ONU, não dispõem de saneamento seguro no mundo
Há 3 décadas, a ONU lançou a Declaração Universal dos Direitos da Água, destacando-se entre as principais normas:
Art. 1º – A água faz parte do patrimônio do planeta.
Art. 2º – A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.
Art. 3º – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados.
Art. 4º – O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos.
Art. 5º – A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores.
Art. 6º – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada.
Art. 8º – A utilização da água implica respeito à lei.
Art. 9º – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10º – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.