da Redação
O representante da Confederação, Celso Kayapó, entregou cestas básicas, álcool gel, máscaras, gasolina para barco e óleo diesel para motor de luz na Aldeia Pi’yredjam, no município de São Félix do Xingu, a 1.000 km da capital Belém
Em junho, a CONAFER entrou com Ação Civil Pública pedindo a condenação da União para que atue com urgência nos territórios indígenas na pandemia; o pedido foi negado, mas foi feita apelação com pedido na 2ª instância. Enquanto busca pelos meios jurídicos ações do Estado em defesa dos povos originários, a Confederação não tem se furtado da sua missão de defesa dos povos originários e tradicionais.
A CONAFER tem atuado em diversas comunidades indígenas sem esperar que a Justiça e o Governo tomem as devidas providências em curto prazo, ainda mais com os vetos presidenciais ao sancionar a Lei 14.021/20, que enfraqueceram muito as medidas de proteção dos povos indígenas e quilombolas. O presidente da República vetou trechos do projeto que estabeleciam a obrigação do governo em fornecer água potável, acesso ao auxílio emergencial e em distribuir cestas básicas, sementes e ferramentas agrícolas diretamente às famílias. Ao todo, foram vetados 16 dispositivos da medida que havia sido aprovada no Congresso Nacional.
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As doações são fundamentais para garantir a permanência dos indígenas nos territórios, como forma a evitar o deslocamento para áreas urbanas e os consequentes riscos de contágio. Com o número crescente de casos de Covid-19 nos territórios indígenas e a falta de políticas públicas específicas para essas comunidades, a preocupação é cada vez maior, pois os povos originários estão mais vulneráveis às complicações causadas pelo vírus.
Muito agradecido pela entrega das doações, o Cacique Bep-irai Kayapó, afirmou que “a ajuda da CONAFER é muito importante para a sobrevivência da comunidade, já que ela está desassistida pela SESAI, pela FUNAI e até pelas ONGs”. Bep-irai fez questão de convidar o presidente da CONAFER para uma visita em sua aldeia.