No ano de 1957, com o grande objetivo de atender às demandas da indústria de alumínio, o Governo Federal começa os primeiros estudos sobre a construção da Usina Tucuruí no Rio Tocantins em Itupiranga, no Pará. Com o lema de “A maior usina 100% brasileira” e uma promessa vazia de desenvolvimento para a Amazônia, essa construção gigantesca durou décadas e causou um impacto ambiental e social imensurável, que ainda hoje afeta diretamente a população da área. A maior consequência dessa obra foi a expropriação de mais de 5.700 famílias da região que foi inundada, e que até hoje, quase 50 anos depois, esperam receber o valor combinado de indenização pela Eletronorte, a empresa responsável pela usina.
Na busca por seus direitos, as famílias começam a se organizar em grupos e cooperativas de agricultores ribeirinhos para pressionar o poder público a cumprir com aquilo que foi acordado perante à Justiça. Era nesse contexto que há três anos Nixon Nei tomava a frente da Cooperativa de Expropriados de Itupiranga e começava uma luta incessante para a retomada da dignidade e da garantia de produção dessas famílias.

 

 

Durante os anos de duras batalhas judiciais e pressão popular, a Cooperativa de Expropriados de Itupiranga foi se aproximando da APOVO (Associação das Populações Organizadas Vítimas das Oras no Rio Tocantins e Adjacências), entidade que defende minorias sociais impactadas, também da Federação dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Pará (FAFER/PA) e da Secretaria Nacional de Políticas de Fomento da Amazônia Legal da CONAFER (SEPOFA/CONAFER) e juntas seguiram fortalecendo à luta das famílias e fazem todo o auxílio para as ações que correm em trâmites da Justiça.
O excelente trabalho dessa frente de atuação chamou a atenção do Presidente da CONAFER, Carlos Lopes, que foi até o local ver de perto o resultado dessas lutas. O que ele encontrou por lá foi um povo trabalhador e obstinado, que apesar de décadas de burocracia e enrolação da Justiça se mantém firme e forte, com esperança e orgulho no peito e um olhar certeiro na cabeça sempre erguida.

O dia de hoje, 28 de outubro de 2019, foi histórico para os expropriados da Usina Tucuruí pois o Presidente da CONAFER, Carlos Lopes, junto ao Presidente da FAFER/PA, Francisco Leite, ao Secretário Nacional da SEPOFA, Silas Vaz e o Presidente da Cooperativa, Sr. Nixon Nei, decretou oficialmente a filiação da Cooperativa à CONAFER e uma grande parceria entre CONAFER, FAFER, SEPOFA, CAICAPI, CONJUR e APOVO. Com isso, garantiu uma série de serviços às famílias. Dentre eles: regularização da documentação, fomento à produções autônomas, garantia de produção, comércio e escoamento, com valorização do produto, além de acesso à DAP, políticas do INSS, Banco do Brasil, serviços de comunicação exclusivos e implementação de novas tecnologias de produção e comercialização. Tudo isso se somará em um grande programa de nome “PARÁ MAIS FLORESTA PARA O MUNDO”, que trará tecnologia, desenvolvimento, produção e emprego através de práticas agroecológicas e agroflorestais!

Na missão de recuperar a dignidade e garantir a produção e o sustento dos agricultores ribeirinhos expropriados, a CONAFER se soma a essa luta de décadas com o objetivo de ajudar a resolver de uma vez por todas as pendências e garantir os direitos dessas famílias. Mostraremos que juntos somos muito mais do que muitos. Juntos somos um!
 

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