da Redação
Reconhecimento da OIE, Organização Mundial de Saúde Animal, vai gerar economia de R$ 90 milhões aos produtores rurais; Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e Mato Grosso agora são reconhecidos como zonas livres de febre aftosa sem vacinação
Dos 6 estados livres de aftosa, duas secretarias de agricultura, do Amazonas e Acre, estão em conversas bem adiantadas com a CONAFER para fechar o Acordo de Cooperação Técnica e levar o + Pecuária Brasil a centenas de pecuaristas agrofamiliares. Estes dois estados do Norte inclusive já desenvolvem planos de trabalho.
Já os pequenos produtores dos outros 4 estados, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e Mato Grosso, receberão o programa de melhoramento genético inédito no país por meio de acordos diretamente com a criação de consórcios de municípios.
No momento em que o +Pecuária avança, atingindo mais da metade do território brasileiro, esta notícia é muito bem-vinda, pois estimula todos os outros estados a atingirem este reconhecimento da entidade mais prestigiada e importante sobre saúde animal.
O impacto econômico mais imediato desta conquista é que 40 milhões de cabeças deixarão de ser vacinadas e 60 milhões de doses anuais da vacina não serão utilizadas, gerando uma economia de aproximadamente R$ 90 milhões ao produtor rural.
Sobre a febre aftosa e a importância da sua erradicação definitiva
O status de área livre de aftosa ajuda produtores, empresários e famílias rurais, aumentando os ganhos econômicos, aumentando a produtividade dos rebanhos e lucro dos produtores.
O PNEFA, Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atua na manutenção da condição sanitária na zona brasileira que já alcançou o status de livre de febre aftosa, ao mesmo tempo que busca erradicar a doença dos circuitos pecuários Norte e Nordeste, onde ainda existem áreas infectadas. Sempre em consonância com as diretrizes estabelecidas pela OIE.
Para realizar a transição de status sanitário, os estados e regiões atenderam requisitos básicos, como aprimoramento dos serviços veterinários oficiais e implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença, entre outros, alinhados com as diretrizes do Código Terrestre da OIE.
O processo de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação está previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE PNEFA), conforme estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). A meta para o Brasil ser todo livre de febre aftosa sem vacinação é em 2026.
Atualmente, existem em torno de 70 países reconhecidos livres de febre aftosa sem vacinação, que são potenciais mercados para a produção de carne bovina e suína, com melhor preço e sem restrições sanitárias. Entre os países estão Japão, EUA, México e UE. Em 2021, no Brasil, nos quatro primeiros meses do ano, o volume exportado de carne bovina e suína aumentou 27% na Região Sul do país, representando valores de R$ 4,3 bilhões, contra R$ 3,4 bilhões no mesmo período em 2020.
No Brasil, o último foco da doença ocorreu em 2006
A febre aftosa é uma doença que afeta bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. Os prejuízos diretos e indiretos ocasionados pela doença, bem como as limitações à comercialização de produtos pecuários, exigem dos produtores rurais e das autoridades sanitárias um constante esforço para prevenir a doença e proporcionar condições para sua erradicação.
Recentemente, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, lançou um painel dinâmico para consulta dos dados de vacinação das 26 unidades da federação desde 2001 até hoje. Santa Catarina não entra no histórico, pois parou de vacinar desde 2000. No painel é possível fazer análises dinâmicas e observar os dados de cobertura vacinal de animais e de propriedades em todas as etapas de vacinação realizadas nos últimos 20 anos.
Hoje todo o país é reconhecido internacionalmente como livre da febre aftosa (zonas com e sem vacinação) desde 2018. Mas até este momento, apenas Santa Catarina possuía a certificação internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação.
O programa +Pecuária Brasil
A CONAFER, em parceria com empresa líder mundial na tecnologia de inseminação artificial, a ALTA GENETICS, desenvolveu o programa + Pecuária Brasil para o desenvolvimento dos rebanhos bovinos de corte e leite dos agropecuaristas familiares brasileiros.
O +Pecuária Brasil é um divisor de águas no campo, e vai contribuir para o crescimento socioeconômico dos pecuaristas do segmento da agricultura familiar. Em parceria com as Secretarias de Agricultura e Agropecuária dos estados, a CONAFER fará a doação de centenas de milhares de doses de sêmens durante os próximos 4 anos em pequenas propriedades em todas as regiões do território nacional.
Com informações do Mapa