Secom CONAFER

O Brasil é o maior produtor de feijão com 11% do total mundial, e engloba os feijões preto, cores e caupi. De Norte a Sul, tem sempre algum tipo de feijão na mesa do brasileiro, independente da renda familiar. Os  principais municípios produtores nos país são Unaí/MG, Itapeva/SP, Cristalina/GO, Sorriso/MT, Paracatu/MG, Brasília (DF), Irati (PR), Primavera do Leste/MT e Prudentópolis/PR, sendo este último um dos maiores produtores nacionais, apresentando um perfil de pequenos produtores familiares com uma produção praticamente 100% de feijão-preto. Neste ano, a produção brasileira do tipo preto, deverá superar pela primeira vez o consumo interno. Enquanto a demanda pelo produto gira em torno de 520 mil toneladas, a colheita na safra 2021/22 está estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento em 619,3 mil toneladas, uma diferença de aproximadamente 100 mil toneladas. A maior parte do feijão-preto no país é cultivada nas duas primeiras safras, sendo que 70% da produção total se concentra no estado do Paraná. O aumento na produção impacta na demanda. Com maior oferta no mercado, as cotações do feijão-preto, após a alta observada em janeiro, estão em queda, fazendo com que este seja um dos fatores de escolha para o consumidor, o que limita a valorização do carioca, variedade mais consumida pelos brasileiros. 

O cultivo do feijão paranaense está distribuído ao longo do ano em três safras (águas, seca e inverno). O Paraná na safra 2017/18, por exemplo, produziu 613,5 mil toneladas de feijão total (soma das três safras), com uma área cultivada em torno de 408,4 mil hectares. A maior parte do feijão-preto no país é cultivada nas duas primeiras safras da leguminosa, sendo que 70% da produção total do Brasil se concentra no estado do Paraná. 

“Agricultura familiar é responsável por 42% da produção nacional de feijão”

“Com os preços de mercado mais atrativos para os produtores no começo do ano, quando comparado com a variedade cores, houve uma inversão de comportamento entre os produtores paranaenses neste ano. No Paraná, o cultivo é majoritariamente de carioca na segunda safra. No entanto, na atual safra a escolha pelo feijão-preto foi preponderante nas duas primeiras safras do estado”, explica o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio DeZen.

Apesar do início da entrada da segunda safra do produto, os preços seguem em patamares elevados no período, para o feijão-carioca. Fator que é explicado pela indefinição da safra paranaense, devido às condições climáticas. “Ainda podemos ter novas surpresas, caso haja um volume intenso de chuvas durante a colheita da leguminosa”, lembra o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Companhia, Allan Silveira.

“Vale também destacar que o feijão-preto possibilita um período de estocagem maior, quando comparado com o carioca, o que permite o produtor ter mais tempo para a comercialização do produto”, reforça o analista de mercado da Conab, João Ruas. Segundo as estimativas da Conab, a produção total de feijão (incluindo as variedades cores, preto e caupi) deverá atingir 3,1 milhões de toneladas, enquanto que o consumo interno é estimado em 2,85 milhões de toneladas.

A importância do feijão na dieta do brasileiro

As leguminosas pertencem a um grupo bastante diversificado, cultivadas em todo o mundo há mais de 10 mil anos, este alimento faz parte da história das civilizações. O feijão e o milho formam a base da alimentação primitiva dos povos incas, astecas e maias. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo alimentar de feijão da população brasileira combina a tradicional dieta à base de arroz e feijão com alimentos com poucos nutrientes e muitas calorias. 

O feijão comum fornece um alimento altamente nutritivo que contém proteínas, fibras, carboidratos complexos, vitaminas e micronutrientes. Portanto, o feijão fortalece significativamente a segurança alimentar e nutricional entre os consumidores de baixa renda, reduzindo o risco de doença cardiovascular e diabetes. 

Considerada uma cultura de subsistência em pequenas propriedades, é adotada também em sistemas de produção que requerem o uso de tecnologias intensivas como a irrigação, controle fitossanitário e colheita mecanizada. 

Com informações da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento, SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento e  DERAL – Departamento de Economia Rural Feijão do Paraná.

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