A organização do 1º Campeonato Nacional de Futebol Indígena já entrou em campo para receber os campeões indígenas das 5 regiões do país e os torcedores de Brasília para os 3 dias de festa no Bezerrão. Nos dias 11, 12 e 13 de abril, além das emoções dos jogos que vão decidir quem leva a taça Galdino Pataxó de campeão nacional, teremos muitos serviços fora das 4 linhas do gramado, desde profissionais de saúde fazendo exames de rotina até a exposição de artesanato indígena. A promoção “Torcedor Campeão” vai entregar 100 prêmios aos torcedores, como bicicleta, cesta de café da manhã, tablet, churrasqueira, fogão, air fryer, liquidificador, celulares e uma moto POP 100. Os portões vão abrir às 10 horas da manhã nos 3 dias, e com muitas atrações dentro do Bezerrão até a hora das partidas. A partir deste final de semana começam a ser distribuídos 120 mil ingressos em vários pontos do Gama e demais cidades do DF. Cada ingresso dá direito a um número que será depositado dentro de uma urna no estádio e sorteado durante o evento, que dará direito a um belo prêmio. A final do futebol original do Brasil não poderia ser mais especial, emocionante e divertida
O futebol é uma paixão nacional, e o 1º Campeonato Nacional de Futebol Indígena tem sido uma verdadeira celebração desse esporte dentro das comunidades originárias do Brasil. A competição, que reuniu 92 equipes e mais de 2,7 mil atletas de diversas etnias, percorreu todas as regiões do país antes de chegar à fase final em Brasília. No entanto, organizar um torneio dessa magnitude não foi uma tarefa fácil, exigindo um grande esforço logístico e mobilização de recursos para garantir que cada etapa acontecesse com sucesso.

Milhares de quilômetros na jornada de Norte a Sul
A competição começou com os jogos no Nordeste, onde as equipes regionais se enfrentaram em disputas acirradas. O calor, as distâncias entre as comunidades e as dificuldades de transporte foram desafios constantes. No entanto, a determinação dos jogadores e o apoio das comunidades locais impulsionaram os times a seguir em frente. No final, a Seleção Pataxó de Coroa Vermelha saiu campeã e garantiu sua vaga para a fase final em Brasília.
No Sudeste, as partidas foram marcadas pelo equilíbrio técnico entre as equipes. Um dos desafios foi a logística da viagem partindo das sedes das equipes até as montanhas de Carmésia, em Minas Gerais. Depois de grandes jogos, a Seleção Pataxó Imbiruçu, da cidade anfitriã Carmésia, conquistou o título regional e carimbou sua passagem para a grande final.

O Sul do país trouxe um novo conjunto de desafios. O frio e as chuvas intensas exigiram uma adaptação rápida dos times. Além disso, o futebol nas regiões indígenas do Sul tem características particulares, com um estilo de jogo mais físico e tático. A Terra Indígena Ivaí, de Manoel Ribas-PR, mostrou sua força e garantiu sua vaga na fase decisiva.
O Centro-Oeste, região de grandes extensões territoriais, exigiu uma logística mais elaborada para que as equipes pudessem competir. As viagens longas entre aldeias e cidades foram um dos maiores desafios enfrentados pelos organizadores. Ainda assim, o Brejão de Nioaque-MS superou todas as adversidades e sagrou-se campeão regional.

Modelo de ingresso do jogo final no Bezerrão
Por fim, a região Norte apresentou o desafio do acesso a algumas comunidades mais isoladas. O transporte de equipes por estradas e rios, muitas vezes dependente de embarcações e trechos precários, tornou-se um obstáculo significativo. Mas a paixão pelo futebol foi maior, e a Seleção Hunikuin, de Feijó-AC, jogou um excelente futebol e garantiu sua classificação para a etapa final.
Um marco na valorização cultural
Mais do que um torneio esportivo, o 1º Campeonato Nacional de Futebol Indígena tornou-se um movimento de reconhecimento e valorização da cultura indígena no Brasil. Cada partida não é apenas uma disputa esportiva, mas um momento de intercâmbio entre diferentes etnias, fortalecendo a identidade e a tradição dos povos originários.

Agora, com a grande final se aproximando em Brasília, todos os olhos estão voltados para o estádio Bezerrão. Os cinco campeões regionais entram em campo para lutar pelo título de primeiro grande campeão do futebol originário brasileiro. O evento promete ser um marco histórico para o esporte nacional, reafirmando que o futebol, além de uma paixão, é também uma ferramenta de inclusão, identidade e resistência para os povos indígenas do Brasil.