Foi um sucesso o 1º BRICs, o Programa de Capacitação dos Guardiões Ambientais nos Territórios, na Terra Indígena Caramuru Paraguassu, em Pau Brasil-BA. O BRICs tem como meta formar e capacitar brigadistas para atuarem na prevenção e no combate aos incêndios florestais, com amplo conhecimento dos protocolos de monitoramento e das primeiras ações em campo. Executado pela Secretaria Nacional de Políticas para Monitoramento e Segurança no Campo, da CONAFER, o BRICs formou esta semana as duas primeiras Brigadas Comunitárias e uma equipe de vigilância territorial. O curso que capacitou os primeiros indígenas no combate, manejo no território e monitoramento das áreas a serem reflorestadas, seguirá com formações continuadas para formar uma rede de brigadas rurais, quilombolas e indígenas utilizando os conhecimentos do Manejo Integrado do Fogo e os princípios do Sistema de Comando de Incidentes (SCI)
Também fez parte da formação das primeiras equipes de vigilância territorial e das Brigadas Comunitárias, visitas às aldeias e um diálogo com as comunidades a respeito dos pontos mais sensíveis do território. A equipe de vigilância territorial teve como eixo principal o etnomapeamento do território, com foco nas invasões, mapeamento de áreas de extração ilegal de madeira e pesca predatória. A região percorrida e mapeada foi a região do rio Pardo, na parte sul da Terra Indígena Caramuru Catarina Paraguassu, que está entre os municípios de Pau Brasil, Camacan e Itaju do Colônia.
O BRICs capacitou os primeiros indígenas no combate a incêndios, manejo no território e monitoramento das áreas
As Brigadas Comunitárias
As brigadas comunitárias de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, são compostas por pessoas das comunidades tradicionais (rurais, quilombolas, indígenas) que se organizam nas ações de prevenção, monitoramento e combate aos incêndios em seus territórios. São pessoas locais que possuem treinamento básico em combate a incêndios florestais, além de conhecimento sobre as características das áreas naturais e os riscos associados a esses incidentes.
As brigadas comunitárias são fundamentais para a proteção e a gestão de seus territórios. Nesse modelo a comunidade é protagonista no planejamento das atividades de prevenção, preparação e combate aos incêndios, o que contribui para a diminuição nos impactos dos incêndios florestais, além de ajudar na redução dos prejuízos econômicos, sociais e ambientais.
Fez parte da formação das primeiras equipes de vigilância territorial e das Brigadas Comunitárias, visitas às aldeias e um diálogo com as comunidades
Aplicativo Hãmugãy é apresentado
Na Serra Milagrosa, as equipes das brigadas comunitárias tiveram treinamento teórico e prático de combate a incêndios. O Hãmugãy, a plataforma originária de proteção dos territórios, foi apresentado aos alunos do BRICs. Hãmugãy é um aplicativo de monitoramento que facilita registros ágeis de ocorrências ambientais ou ameaças às áreas indígenas.
Hãmugãy, o aplicativo de monitoramento dos territórios, recém-lançado na sede da CONAFER, em Brasília, foi apresentado já com funções em algumas línguas indígenas
Os registros incluem fotos e coordenadas GPS, que são enviadas ao Centro de Monitoramento da CONAFER, e que serão disponibilizadas por meio de um mapa interativo, possibilitando a resolução do sinistro com muito mais velocidade. Cada registro é instantaneamente processado e enviado ao centro de monitoramento da plataforma, criando respostas rápidas e eficazes em situações críticas.
O secretário de Políticas para Monitoramento e Segurança no Campo, Geovanio Katukina (de preto), ao lado da equipe de instrutores
No encerramento do curso, foram entregues os certificados no Colégio Estadual Indígena Caramuru, na presença dos caciques. O secretário Geovanio Katukina afirmou ao término do BRICs que “está bastante feliz com o resultado das formações. Em uma semana de atividades no Território Caramuru pudemos observar o comprometimento dos indígenas Pataxó Hãhãhãe em absorver o que foi ministrado pelos instrutores. A avaliação que faço após o término da formação é que eles estão preparados para continuar os trabalhos de proteção territorial. O objetivo das formações é realmente criar líderes que possam dialogar com toda comunidade para um bem comum.”