Os Guardiões de Proteção Ambiental da CONAFER seguem uma agenda de treinamentos e ações por todo o país. Desta vez a equipe de instrutores comandada por Marcelo Santana, Coordenador de Gestão Ambiental, atuou na capacitação de servidores do Ibama na utilização do “Sling Dragon”, nas Terras Indígenas Serra da Moça e Raposa Serra do Sol, em Roraima. Como resultado, foram criados procedimentos operacionais para acionamento, manutenção e uso do equipamento. O treinamento foi realizado entre os dias 21 a 30 de novembro, e contou com a participação da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e com a equipe de instrutores da Confederação
As aulas práticas de ecologia do fogo e as queimas prescritas foram realizadas na Terra Indígena Serra da Moça, aproximadamente 50 km da capital Boa Vista. As queimas são utilizadas como ferramenta de manejo nas terras indígenas e territórios quilombola, principalmente às atendidas pelo Programa Brigadas Federais, do Centro Nacional Prevfogo. Essa técnica auxilia na prevenção de incêndios florestais, facilitando também as ações de possíveis combates e na preservação das savanas que dependem do fogo para a manutenção dos seus processos ecológicos, como o Cerrado, os campos amazônicos e o lavrado roraimense.
Estas áreas manejadas apresentaram resultados excelentes pelas pesquisas coordenadas pelo Prevfogo, mas pelo fato de algumas queimadas serem consideradas de alto custo e risco aos brigadistas, alguns ajustes foram efetivados. As áreas com grandes extensões e dificuldades de acesso para atender as demandas no período da janela de queima, contam com apoio aéreo.
O Coordenador de Gestão Ambiental, Marcelo Santana (de verde), foi um dos instrutores da 1ª Oficina de Ignição Aérea da América Latina, realizada nas Terras Indígenas Serra da Moça e Raposa Serra do Sol, em Roraima
Os “Sling Dragon”
Para reduzir custos e aumentar a segurança dos brigadistas, o Ibama adquiriu recentemente 3 dispositivos de ignição aérea, os “Sling Dragon” (“dragões de estilingues” numa tradução literal), pela primeira vez utilizados na América Latina. O “Sling Dragon” lança esferas, diretamente do helicóptero ao solo, que entram em combustão espontânea devido a uma reação química. O equipamento é capaz de manejar grandes áreas em um só dia, sem a necessidade da atuação dos brigadistas em solo nas queimas prescritas.
O Sling Dragon tem muita tecnologia para lançar estas esferas diretamente do helicóptero no solo, que entram em combustão espontânea devido a uma reação química. Desta forma, pode-se manejar grandes áreas em um curto espaço de tempo, sem a necessidade do desembarque de equipes no campo para realizar a queima.
Presente em várias ações de manejo no Brasil e convidado para compor o corpo técnico de instrutores do curso, o Coordenador de Gestão Ambiental, Marcelo Santana afirmou que “além do aumento da segurança e redução de custos o equipamento vai permitir o aproveitamento melhor das janelas meteorológicas ideais para a realização das queimadas, o que possibilitará obter melhores resultados ecológicos na formação de mosaicos após a passagem do fogo”.
A utilização do moderno equipamento foi o principal tema da 1ª Oficina de Ignição Aérea na Terra Indígena Serra da Moça, em Roraima, que ainda está na temporada de execução das queimas prescritas, possibilitando a primeira queima da América Latina em situação real com o novo dispositivo. Marcelo Santana atuou como instrutor junto com o operador Bruno Carlos, da etnia Wapichana, chefe de brigada da Serra da Moça.
Agora, os servidores do Prevfogo, Coaer, CONAFER e brigadistas experientes no manejo integrado do fogo dos estados de Goiás, Brasília, Mato Grosso e Roraima, estão criando os procedimentos operacionais para acionamento, manutenção e uso do equipamento Sling Dragon, tanto para queimas prescritas, como para apoiar a execução de contrafogos, em grandes operações de combate ampliado, principalmente em áreas de florestas.