No último dia 17, no Assentamento Três Conquistas, área rural do Paranoá-DF, ocorreu o mutirão dos Guardiões do Clima, projeto criado pela Secretaria Nacional de Agroecologia, Políticas Agrárias e Meio Ambiente da CONAFER (SEAGRO) para fortalecer a produção agroecológica dos produtores rurais. A ação reforça o compromisso das comunidades nas práticas agrícolas inovadoras com baixa emissão de carbono. O mutirão contou com a participação das famílias dos Guardiões do Clima, e se concentrou no tratamento de agroflorestas, gerando novos ciclos produtivos e sustentáveis. As ações incluíram abertura de roças, tratamento do solo e a preparação de covas para o plantio, promovendo uma abordagem agroecológica e ativa na preservação do meio ambiente
O mutirão faz parte de uma parceria entre a Confederação e a Secretaria de Agricultura do Distrito Federal (SEAGRI), que uniram esforços para inserir as famílias dos Guardiões do Clima na rota da fruticultura. O apoio incluiu a distribuição de kits para agroflorestas, com um total de 132 mudas variadas de limão (80) e abacate (32) para cada família, promovendo a diversidade de cultivos e a formação dos Sistemas Agroflorestais (SAFs).
Além das mudas, as famílias receberam um kit de adubação para apoiar a implementação dessas frutíferas nos módulos agroflorestais dos Guardiões do Clima. Este kit incluiu cerca de 250 kg de adubo orgânico, calcário e termofosfato de magnésio, oferecendo suporte essencial para o manejo sustentável do solo e a promoção de práticas agrícolas saudáveis.
Origem e Importância dos Mutirões como Tecnologia Cultural
Os mutirões têm origens profundas na cultura comunitária, remontando a práticas ancestrais de trabalho colaborativo. Tradicionalmente, essas atividades eram destinadas a realizar tarefas agrícolas desafiadoras que demandavam esforços em conjunto. Com o tempo, os mutirões evoluíram para abranger não apenas o trabalho físico, mas também a troca de conhecimentos e a construção de redes comunitárias.
No contexto contemporâneo, os mutirões assumem uma nova dimensão como uma “tecnologia cultural”. Eles representam uma abordagem inovadora para resolver desafios locais, promovendo a colaboração, a sustentabilidade e o fortalecimento das comunidades. No caso do mutirão dos Guardiões do Clima, essa tecnologia cultural está sendo aplicada para impulsionar a transição para práticas agrícolas mais sustentáveis, alinhadas com os princípios da agroecologia e da baixa emissão de carbono.
Ao unir forças em mutirões como este, as comunidades não apenas implementam práticas mais sustentáveis, mas também constroem laços mais fortes entre os membros, promovendo a resiliência comunitária e o cuidado com o meio ambiente. Os mutirões dos Guardiões do Clima não são apenas eventos isolados, mas uma manifestação da força coletiva voltada para um futuro agrícola mais sustentável e resiliente.
A adoção de sistemas de produção de baixa emissão de carbono oferece uma série de benefícios para os agricultores familiares, como a redução dos custos de produção, preservação dos recursos naturais e o acesso a novos mercados que valorizam a sustentabilidade e estão dispostos a pagar um preço justo por produtos ecologicamente corretos. Com os Guardiões do Clima, é possível promover este sistema na agricultura familiar, oferecendo capacitação técnica, aquisição de insumos, desenhos de plantios, apoio com mão de obra especializada e equipamentos para implantação de sistemas produtivos. Sempre com o foco na visão agroecológica no processo de produção para contribuir com o Meio Ambiente, com o enriquecimento e regeneração do solo, permitindo também a potência da produção e o sucesso na comercialização.