da Redação
Atualmente cultivada em mais de 100 países, a raiz faz parte do cardápio diário de bilhões de pessoas
Macaxeira no Maranhão. Aipim no Paraná. Castelinha no Amazonas. Esta planta riquíssima em carboidratos, também pode ser chamada, dependendo do lugar do Brasil, de maniva, uaipi, manaíba, carimã e mais uma porção de nomes regionais. Mas nenhuma denominação é mais popular, de Norte a Sul do país, que a palavra mandioca.
A mandioca foi domesticada pelos povos originários do Brasil em tempos imemoriais. Ela é um alimento tão importante e fundamental para a saúde e a cultura dos povos indígenas, que a sua origem é explicada por uma lenda.
Uma triste lenda Tupi explica a origem da planta
Uma indígena Tupi deu à luz uma menina, a quem chamou de Mani. A menina era linda e tinha a pele muito clara, bem alva, e vivia contente, sempre brincando pela aldeia, onde todos a amavam, pois ela transmitia muita felicidade por onde passava. Porém, um dia Mani ficou doente e deixou toda a tribo preocupada e triste. O pajé foi chamado e fez vários rituais de cura e rezas para salvar Mani. Mas nada adiantou e a menina morreu. Os pais de Mani resolveram enterrá-la dentro da própria oca, pois esta era a tradição e o costume dos Tupi. Os pais regaram o local com água e muitas lágrimas. Depois de alguns dias da morte de Mani, nasceu dentro da oca uma planta cuja raiz era marrom por fora e bem branquinha por dentro, da mesma cor de Mani. Em homenagem a filha, a mãe deu o nome de Maniva à planta, uma das designações mais conhecidas da mandioca.
O mercado mundial e as perspectivas no Brasil
Segundo a FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a mandioca é cultivada em vários países, sendo os maiores produtores a Nigéria, a Tailândia, o Brasil, a Indonésia, Angola, Gana e a República Democrática do Congo, respectivamente.
Ainda de acordo com a FAO, a Manihot esculenta, nome científico da mandioca, e que significa “muito utilíssima”, trata-se de um dos principais alimentos básicos do mundo, contribuindo para a segurança alimentar de mais de meio bilhão de pessoas. Esta planta rústica e com excelente capacidade de adaptação, podendo ser cultivada em todas as regiões tropicais, rica em fibras, isenta de glúten e que possui 3 vezes mais calorias que a batata, é cultivada em todos os estados brasileiros.
É importante que os nossos agricultores familiares conheçam melhor todos os benefícios desta cultura, os ganhos de mercado e as tecnologias para produção em escala. A CONAFER vai publicar uma série de matérias sobre diversas culturas para estimular a produção e levar aos nossos agricultores familiares informações que ampliem os seus negócios, gerando mais renda e aumentando a oferta de alimentos baratos no mercado, contribuindo ao mesmo tempo para cumprir as metas da Agenda 2030 da ONU.
Segundo informações do Cepea, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, “o ano de 2019 deve ser de incertezas quanto à quantidade ofertada de mandioca, visto que, em 2018, produtores optaram pela colheita de lavouras de um ciclo. São poucas lavouras de dois ciclos para este ano. Devido aos bons preços entre meados de 2016 e 2018, muitos mandiocultores persistiram na atividade. Além disso, o clima pode ser determinante para a oferta de raízes em 2019. Para 2019 é esperada elevação na área, visto que muitos mandiocultores intensificaram a colheita de raízes mais novas em 2018”.
O clima com influência do fenômeno El Niño no primeiro trimestre e a pandemia do coronavírus que deve se estender por um bom tempo vão influenciar negativamente nos resultados do ano. O Cepea ainda informa que “em caso de baixas cotações, produtores devem optar pela poda e pela colheita no final de 2019 ou mesmo início de 2020. Porém, se os preços estiverem superiores a R$ 0,75/grama podem ser considerados atrativos para a atividade. No campo, há relatos de incidência de bacteriose em parte das lavouras implantadas no primeiro semestre do ano passado. Por outro lado, aquelas cultivadas nos últimos meses de 2018 apresentam melhor desenvolvimento vegetativo. Desta forma, a produtividade deve ser divergente entre regiões e lavouras de diferentes períodos de plantio. O volume de processamento deve ter aumento ainda mais expressivo em 2019, importante fator para reduzir a ociosidade e os custos industriais, uma vez que nos anos anteriores as empresas trabalharam, em média, com 50% da capacidade instalada”.
É importante que os nossos agricultores familiares conheçam melhor todos os benefícios desta cultura, os ganhos de mercado e as tecnologias para produção em escala. A CONAFER vai publicar uma série de matérias sobre diversas culturas para estimular a produção e levar aos nossos agricultores informações que ampliem os seus negócios, gerando mais renda e aumentando a oferta de alimentos baratos no mercado, contribuindo ao mesmo tempo para cumprir as metas da Agenda 2030 da ONU.