da Redação
Metade da produção do milho brasileiro vem das propriedades de mais de 1 milhão de pequenos produtores; o país é o terceiro produtor mundial depois dos EUA e China
O milho é uma cultura fundamental para a agricultura familiar brasileira. Não à toa é uma das culturas que mais acessa créditos para investimento de custeio pelo PRONAF, o Programa Nacional da Agricultura Familiar, além de ficar com boa parte do Seguro da Agricultura Familiar e também do seguro Garantia-Safra.
Atualmente o cultivo do grão está presente em todos os continentes, sendo os maiores produtores mundiais os EUA, China e Brasil. De acordo com o Conselho Internacional de Grãos – IGC, a produção mundial de milho em 2018/2019 foi de 1,126 bilhão de toneladas.
No Brasil, para além da produção em larga escala, o milho está presente na mesa, na cultura e nas plantações dos pequenos produtores rurais de Norte a Sul.
Segundo o relatório do Crédito Rural no âmbito do Programa Nacional da Agricultura Familiar – Pronaf, divulgado pela Controladoria Geral da União – CGU, em janeiro de 2020, a agricultura familiar, que representa 90% da economia dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes e 40% da população economicamente ativa do país, é também responsável por 46% do milho produzido no Brasil.
A importância econômica do milho caracteriza-se pelas várias formas de consumo, desde a alimentação, a ração animal até a indústria de alta tecnologia. O uso do milho em grão como ração representa a maior parte do consumo desse cereal, ou seja, aproximadamente 70% no mundo.
Semente ancestral e principal fonte nutricional dos Povos Originários das Américas
O milho contribui para a segurança alimentar da humanidade há cerca de 7 mil anos. Seja em forma de grãos, cozido, assado, como farinha ou mingau, este importante alimento faz parte da história de subsistência e do desenvolvimento cultural da nossa civilização.
Os primeiros registros dão conta de seu cultivo em algumas ilhas próximas ao litoral do México e rapidamente se propagou por todo o país, tornando-se o principal ingrediente da culinária mexicana. Logo depois da chegada dos espanhóis e portugueses na América, no período das grandes navegações, o milho foi levado para a Europa, onde era plantado em jardins, até que seu valor alimentício foi reconhecido.
Existem diversas espécies de milho que variam de formato, cor e textura e que são classificados em cinco tipos: duro, doce, pipoca, dentado e mole. Em cada tipo de milho estão classificadas ainda variedades desse tipo. Cada um possui características próprias em seu grão, que é composto por um tecido rico em amido, podendo ser mole ou duro.
Da mesa às festas populares, um alimento sempre presente no dia a dia do brasileiro
O milho é considerado um dos alimentos mais nutritivos que existem e também muito versátil para consumir. Em forma de grãos secos é um cereal, fresco é considerado legume. E é justamente por causa dessa mutabilidade, que o milho protagoniza alguns dos principais pratos da culinária brasileira.
Em festas populares o milho é sempre um dos alimentos mais procurados, seja como curau, pamonha, canjica ou bolo de fubá. Ele também é encontrado em subprodutos, como óleos, xaropes e bebidas.
Rico em fibras, proteínas, vitamina A, vitaminas do complexo B, ferro, potássio, fósforo, cálcio e celulose, o milho é também utilizado na fabricação de pães, por ser uma boa fonte de carboidratos, ou seja, energia.
Devido a boa quantidade de fibras, estimula a melhora na função intestinal, além de ser uma ótima alternativa para pacientes celíacos, por não conter glúten, e para pacientes portadores de diabetes tipo 1 ou 2, por causa do seu baixo nível glicêmico.
A importância dos Povos Indígenas para a chegada do milho no Brasil
Seu nome, de origem indígena caribenha, significa “sustento da vida”, constituindo-se como a alimentação básica de várias civilizações importantes ao longo dos séculos, como os Maias, Incas, Astecas e Olmecas, que reverenciavam o cereal na arte e em seus rituais sagrados.
Durante muito tempo, acreditou-se que ele saiu do México completamente transformado. Mas uma investigação publicada na revista Science revela que o alimento chegou à Amazônia semidomesticado.
No Brasil, a difusão do milho aconteceu por meio diversos grupos étnicos, dada a experiência dos Povos Indígenas da Amazônia com o manejo de plantas, uma vez que já cultivavam abóbora, feijão e mandioca. Mas foram principalmente os Guarani os responsáveis pela cultura do “abati”, nome do milho em Tupi-Guarani, e que significa “cabelos dourados”.
O apoio da CONAFER para o crescimento da produção nas pequenas propriedades
Além de possibilitar o acesso ao crédito com a emissão de DAPs e garantir certificações de qualidade aos pequenos agricultores, a Confederação tem levado e implantado por todo o Brasil o projeto ERA, a Estação Empreendedora Rural Agroecológica, elaborado pela SAER, a Secretaria Nacional de Agricultura e Empreendedorismo Rural.
O projeto busca a regularização fundiária, escrituração e titularização de terras; fortalecimento do crédito para produção; garantia do comércio com valor agregado; modernização dos processos produtivos; fortalecimento do agricultor como produtor agrícola. O ERA oferece um leque de opções de culturas para o produtor implantar os módulos de produção, os Módulos ERA: Agrofloresta, Piscicultura, Leite Orgânico com criação de bovinos e ovinos, Apicultura, Centro de Capacitação, Culturas Vegetais e Estufa. Por meio do ERA, muitas propriedades têm desenvolvido projetos para a cultura do milho, melhorando a produção, aumentando os lucros, beneficiando a segurança alimentar e a economia do país.
Fotos ilustrativas de fontes desconhecidas