FONTE: Canal Rural
O diretor de Financiamento e Informação da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo, afirmou que não vai haver destinação de recursos extras para linhas de investimentos agropecuários nesta safra. A indústria de máquinas e implementos agrícolas e o setor produtivo do Paraná pediram novos aportes, mas não há espaço no orçamento do Governo Federal para equalização de juros, segundo Vaz. Ele destacou que ainda existe crédito do Plano Safra 2018/2019 disponível e que o montante deve durar pelo menos até a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), uma das maiores feiras do agronegócio nacional. De acordo com dados do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), há cerca de R$ 1,5 bilhão a juros controlados no Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras).
“O Estado se comprometeu, alocou recursos para emprestar R$ 8,9 bilhões no Plano Safra e isso foi autorizado. A demanda veio bem mais forte e, segundo a estimativa da indústria, há demanda potencial de mais R$ 3 bilhões, mas nós não temos orçamento autorizado para isso, para equalizar esses juros. O governo está cumprindo rigorosamente o que foi anunciado. A demanda excedente nós não temos orçamento”, destacou o diretor.

Segundo Wilson Vaz de Araújo, o Ministério da Agricultura buscou uma forma de atender a demanda de produtores e indústria com o remanejamento de dinheiro de outras linhas. No entanto, devido à grande busca por recursos em todas as categorias de crédito nesta temporada, não houve espaço para isso. “É claro que gostaríamos de ver tudo atendido, mas não temos sinais de que isso venha a acontecer. A avaliação é que chega até a feira de Não-Me-Toque. Não dá para assegurar que teremos recursos nessas condições até 30 de junho, quando acaba o Plano Safra. Não tem precedente. Temos poucos recursos para remanejar, que não atendem a demanda tão forte”, ponderou.
A Expodireto Cotrijal será realizada entre os dias 11 e 15 de março. Só em 2018, o evento movimentou R$ 2,2 bilhões, a maior parte na comercialização de máquinas e implementos agrícolas. Mas o circuito de feiras ainda é extenso até junho: Tecnoshow Comigo (Rio Verde/GO, de 8 a 12 de abril), Agrishow (Ribeirão Preto/SP, 29 de abril a 3 de maio), Agrobrasília (Brasília-DF, 14 a 18 de maio) e Bahia Farm Show (Luis Eduardo Magalhães/BA, 28 de maio a 1º de junho). Juntas, essas quatro exposições negociaram mais de R$ 8 bilhões no ano passado.
O setor de máquinas e equipamentos agrícolas solicitou ao Mapa R$ 3 bilhões para o Moderfrota para atender as demandas das feiras agropecuárias do primeiro semestre do ano. Já a Federação de Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep) e outras entidades paranaenses entregaram ofício à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reivindicando R$ 7 bilhões para investimentos, em linhas como ABC, Moderagro, PCA, Moderfrota, Prodecoop e Pronaf.
Recursos restantes
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que ainda há recurso disponível a juros subsidiados para aquisição de tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas nas linhas do Moderfrota. O volume total é de quase R$ 1,5 bilhão com juros entre 7,5% ao ano e 9,5% ao ano. Isso representa 16% de todo crédito colocado nessa categoria no Plano Safra 2018/2019, de R$ 8,9 bilhões.
“O limite disponível no BNDES para a linha Moderfrota MPME (empresas com Receita Bruta Operacional anual até R$ 90 milhões) é de cerca de R$ 1,2 bilhão, com taxa de juros prefixada de 7,5% a.a. Já a linha Moderfrota Grandes Empresas (aquelas com Receita Bruta Operacional anual acima de R$ 90 milhões) dispõe de aproximadamente R$ 220 milhões, com taxa de juros prefixada de 9,5% a.a”, informou a instituição em nota enviada ao Canal Rural.
Extra
No fim de janeiro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou regras que podem gerar até R$ 6 bilhões a mais para o custeio do Pronaf e Pronamp entre 1 de fevereiro e 30 de junho deste ano. A estimativa ainda não foi confirmada oficialmente pelo Ministério da Agricultura nem houve comunicação formal do Banco do Brasil, principal operador do recurso.
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