FONTE: G1
Produtores franceses têm expressado preocupação com o risco de um aumento nas exportações agrícolas sul-americanas para a Europa.
A França não vai assinar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul a qualquer custo e ainda não se sabe se o país dará apoio à proposta, disse o ministro da Agricultura, Didier Guillaume, a parlamentares nesta terça-feira (2).
“Não teremos um acordo a qualquer preço. A história ainda não terminou”, afirmou Guillaume.
A França, a maior potência agrícola da UE, tem expressado preocupação com o risco de um aumento nas exportações agrícolas sul-americanas para a Europa.
“Vamos esperar para ver exatamente o que está neste texto, mas gostaria de dizer que todo o governo e eu estaremos vigilantes. Não serei o ministro que sacrifica a agricultura francesa no altar de um acordo internacional”, continuou o ministro da Agricultura.
O ministro das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, fez o mesmo, dizendo que, embora o projeto de acordo comercial ofereça oportunidades para os exportadores europeus, ainda não se sabe se atende às exigências da França.
“Os limites que traçamos para o acordo são claros”, disse o ministro ao Parlamento, acrescentando que “ainda é preciso ver” se Paris dará apoio ao acordo.
Os grupos de agricultores franceses são fortemente contra o que eles consideram padrões mais baixos dos países do Mercosul, e Guillaume disse que um acordo teria que mostrar a rastreabilidade adequada e boas práticas de pecuária no setor de carne bovina.
O principal sindicato de agricultores da França, a FNSEA, disse na terça-feira que pediu uma reunião com a Macron e também está planejando protestos sobre o acordo entre UE e Mercosul.
Compromisso contra o desmatamento
Mais cedo, o ministro francês do Meio Ambiente, François de Rugy, afirmou que o tratado “só será ratificado se o Brasil respeitar os seus compromissos”, especialmente em relação à luta contra o desmatamento da Amazônia.
“É preciso lembrar a todos os países, entre eles o Brasil, de suas obrigações. Quando assinamos o Acordo de Paris colocamos em prática uma política que permite atingir objetivos de redução de emissão de gases de efeito estufa e de proteção da Floresta Amazônica”, disse François de Rugy em entrevista à rádio Europe 1.