A 200 km de Belo Horizonte, na bela Carmésia, dois eventos estão mobilizando a Confederação nesta semana. Desde domingo (23) até amanhã (26), ocorre na aldeia Imbiruçu, o Encontro de Pajés. Nele, benzedeiras, curandeiros e mestres dos saberes ancestrais de territórios de todo o país realizam rituais, por meio da socialização e consagrações, sempre com as falas dos pajés e momentos de cura. Este apoio ao fortalecimento da cultura originária é uma das missões da CONAFER. Outro exemplo, é a realização do maior campeonato de futebol indígena já realizado no Brasil. Nesta mesma semana, na mesma Carmésia, 10 equipes indígenas entram em campo na fase Sudeste do Campeonato Nacional de Futebol Indígena, com realização da CONAFER, UNI e Terra Bank. O campeonato é um sucesso com 92 equipes de diversas etnias e 2,7 mil atletas das 5 regiões do país
O Grande Chamado dos Pajés define este encontro histórico na aldeia Imbiruçu. Ele valoriza as práticas e os conhecimentos das diversas formas de curas tradicionais advindas das plantas, chás, banhos, massagens e rezas tradicionais. E assim visibilizar memórias e práticas de diversas etnias.
Benzedeiras e curandeiros mobilizam os jovens das comunidades para torná-los detentores e multiplicadores desses conhecimentos
Também é oportunidade de criar viveiros, catalogar as medicinas na construção de material de registro específico com saberes e vivências das comunidades indígenas. Os pajés descrevem suas vocações, seus ofícios e suas condições de portadores do dom da cura.
Por isso, o Grande Chamado dos Pajés propõe valorizar tais práticas disseminadas entres os povos e comunidades ao longo dos tempos.
O Campeonato Nacional de Futebol Indígena
A maior competição da história do futebol indígena brasileiro, que reúne 92 equipes de dezenas de territórios e etnias em todo o país, encerrou a fase Nordeste no último dia 15 de julho, e agora volta-se para a fase Sudeste, nos dias 28, 29 e 30 de julho, no estádio municipal de Carmésia, o Nuquitão.
Estádio Nuquitão, em Carmésia, local da fase Sudeste do Campeonato Nacional de Futebol Indígena
Obedecendo ao disposto nas regras oficiais do futebol determinadas pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), e a FIFA (Federação Internacional de Futebol), a importância do 1º Campeonato Nacional de Futebol Indígena marca um momento único para o esporte do país, colocando-o como um divisor de águas na história de valorização das habilidades, da força e da cultura dos povos indígenas brasileiros em relação ao futebol, além de importante ação de inclusão social em aldeias de Norte a Sul do Brasil.
O grande vencedor do Campeonato leva o troféu Galdino Pataxó que acontece em novembro, no estádio Bezerrão, em Brasília