FONTE: Jornal da USP
Agência USP de Inovação aposta em rede de cooperação para melhorar assistência à pesquisa
O Momento USP Inovação desta semana, com participação de Verônica Lopes, da Agência USP de Inovação (Auspin), conversou com Paulo Gil, responsável pelo Polo Auspin Piracicaba, sobre a atuação da Agência na USP, em especial na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, na Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena).
O Polo Auspin Piracicaba foi reativado em 2017, com o objetivo de atender e acompanhar os trabalhos de pesquisa e extensão realizados no campus Piracicaba. Antes da reativação do Polo, todo processo de acompanhamento e auxílio era realizado por intermédio das máquinas, como telefones, computadores, etc.
A reativação da unidade faz parte do princípio de norteamento da Auspin: a criação de uma rede de cooperação focada no fomento à inovação. Paulo Gil destaca a importância da proximidade com os pesquisadores. “Saímos de um contato via máquina para um contato humano, olho no olho”. Além disso, a agência está sempre de porta abertas para quem busca inovar, destaca Gil.
O campus Piracicaba também possui uma incubadora tecnológica, a ESALQTec, um centro de apoio a empreendedores da área tecnológica ligados ao agronegócio. A Auspin contribui com inúmeras iniciativas da ESALQTec. Gil comenta que as possibilidades de transformação de pesquisa em tecnologia, sobretudo na agricultura, são das mais variadas, indo da utilização de drones até a manipulação genética.
As parcerias são outro ponto-chave no trabalho da Auspin na região. Há inúmeros agentes compondo a cadeia de produção, indo de pesquisadores até startups. Paulo Gil reforça o comprometimento do Polo na geração de conhecimento aplicado para a área da agricultura; para que isso ocorra, convênios serão bem-vindos, desde que alinhados com a visão da Universidade.
Saiba mais sobre a ESALQTec
Quanto vale uma ideia? Quem já viu obras cinematográficas como “Jobs”, que conta a história do homem que revolucionou a indústria de computadores pessoais, sabe que é necessário, além do esforço, pessoas que acreditem no potencial do negócio. Este é o papel que a EsalqTec – Incubadora Tecnológica vem desempenhando há 10 anos.
A Incubadora Tecnológica, que surgiu de uma parceria entre a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ) e diversas instituições, apoia a formação e consolidação de micro e pequenas empresas de inovação tecnológicas voltadas à agricultura, oferecendo espaço, serviços, infraestrutura e orientações técnicas e administrativas. É o que explica Sérgio Marcus Barbosa, gerente executivo da EsalqTec. “Nós orientamos e analisamos a viabilidade do projeto destas empresas, assim como os planos e modelos de negócio. Identificamos possíveis parceiros e auxiliamos na obtenção de recursos financeiros”.
Neste ano, a EsalqTec alcançou a histórica marca de 30 empresas – entre residentes e associadas. Para o professor da ESALQ, Mateus Mondin, um dos membros do Conselho Deliberativo da EsalqTec, a Incubadora vem desempenhando bem o seu papel de transferir conhecimento cientifico para a sociedade. “O papel primordial da EsalqTec é a transferência de tecnologia. Transformar conhecimento científico básico em tecnologia aplicada, através do apoio às startups. Chegar a marca de 30 empresas incubadas, significa que estamos fazendo isso de forma séria e consolidada”, ressalta.
O número alcançado é apenas um reflexo do momento que vive o Brasil. Uma pesquisa realizada em 2013 pela GEM (Global Enterpreneurship Monitor) mostra que o país apresentou naquele ano o maior número de empreendedores por oportunidade dos últimos 12 anos, ficando a frente dos outros quatro países que formam os BRICS (grupo que reúne, além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Na opinião de Mondin, tal número é também um incentivo para o interesse em empreender e projeta ainda mais para o futuro. “Esta marca serve como incentivo para nossos estudantes de graduação e pós-graduação, para que acreditem que é possível ter seu próprio negócio, aplicar e desenvolver suas próprias ideias. Chegamos a 30 empresas e estamos felizes, mas isso não significa que estamos acomodados, muito pelo contrário, continuamos a prospecção de novas ideias e de potenciais startups para fazerem parte da nossa incubadora. Quem sabe até o final do ano não sejamos 40 empresas”, comenta.
A ESALQ é referência mundial na área de ciências agrárias de acordo com uma pesquisa realizada ano passado. A instituição ficou na quinta colocação no ranking realizado pela US News and World Report2014, um dos mais tradicionais dos Estados Unidos, que avaliou instituições de ensino em mais de 50 países. A Escola é pioneira no Brasil na área de pesquisa agronômica e tem um papel muito importante na busca por inovações. O professor Luis Gustavo Nussio, diretor da instituição, fomenta que a EsalqTec personifica o papel da instituição para o setor, e diz que investir em novas tecnologias é de fato uma importante contribuição para a transferência de bens, serviços e riquezas à sociedade. “Por meio dos investimentos em inovação temos conseguido promover o desenvolvimento tecnológico com inúmeros benefícios à comunidade. A EsalqTec representa nossa melhor iniciativa nesse sentido”. Nussio diz também que a nucleação de 30 empresas, posiciona a Incubadora como agente consolidado de fomento às iniciativas de empreendedorismo e atuante no arranjo produtivo do setor do agronegócio. “Com isso, a iniciação empresarial nessa área do conhecimento já considera a Esalqtec como caminho facilitador”, encerra o professor.
Oportunidade para quem está começando
Atualmente são oito empresas em incubação que desenvolvem desde softwares e hardwares para a agricultura de precisão até insetos para pesquisadores e empresas que utilizam pragas em seus projetos. A engenheira agrônoma e doutoranda em Entomologia Cristiane Maria Tibola é sócia de uma das empresas mais jovens incubadas e destaca a importância da Esalqtec para o seu negócio. “A parceria com a EsalqTec foi fundamental, pois foi a materialização da ideia que vínhamos trabalhando em nossas cabeças há vários anos. No momento em que conhecemos a incubadora, vimos que era possível tornar nosso sonho em realidade”. Cristiane disse que o processo de seleção para a incubação a despertou para a importância de trabalhar um plano de negócios. Além disso, o relacionamento com a Esalq abriu novas possibilidades de contatos e as linhas de crédito foram facilitadas, no entanto, a troca de experiências é o ponto forte da parceria. “O ambiente motivador, empreendedor e de troca de experiências entre os incubados é sem dúvida, o motor desta parceria. Só temos a agradecer pela oportunidade de iniciarmos nosso projeto contando com um ambiente como este”, conclui.
A Confederação da Agricultura Familiar